O presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Ronald Santos, participou, na terça-feira (18/10), do Ato Político em Defesa da Democracia nas Comunicações e no Brasil, na Câmara dos Deputados. Ele aproveitou para convidar as entidades presentes a participarem, no primeiro semestre de 2017, da I Conferência Nacional Livre de Comunicação em Saúde, promovida pelo CNS.
“Será uma oportunidade para dialogarmos com o movimento do campo, com o movimento comunitário, movimento de mulheres, movimento negro, movimento LGBT, todos os segmentos que têm uma presença importante no controle social, para construirmos a defesa do SUS e, principalmente, da democratização dos meios de comunicação”, afirmou o presidente do CNS.
O Ato Político em Defesa da Democracia nas Comunicações e no Brasil foi realizado em comemoração aos 25 anos do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC). Na ocasião, a entidade fez o lançamento de campanha nacional que estimula denúncias contra violações à liberdade de expressão, intitulada “Calar Jamais!”. A campanha traz vídeo que mostra cenas de violência policial em manifestações populares e outros exemplos de arbitrariedades.
Entre as organizações convidadas por Ronald Santos a participarem da I Conferência Nacional Livre de Comunicação em Saúde estão o FNDC, a Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cogira), o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), Mídia Nijnja e a Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito a Comunicação com Participação Popular (FRENTECOM), esta última coordenada pelo deputado Jean Wyllys (PSOL/RJ).
Segundo Ronald, a conferência do CNS será importante, entre outros objetivos, para o enfrentamento da narrativa utilizada pelas empresas monopolizadoras dos meios de comunicação. Na sua opinião, elas denigrem a imagem do SUS para favorecer interesses do setor privado da saúde.
“Um dos principais enfrentamentos que temos tido para consolidar o direito constitucional de acesso à saúde é justamente a disputa da narrativa, principalmente em função do monopólio dos meios de comunicação. Uma narrativa de que o nosso Sistema Único de Saúde não funciona, de que há a necessidade de colocar as forças do mercado para regular o setor”, declarou o presidente do CNS.
“É necessário também se criar uma narrativa diferente da que diz que investimento em saúde é gasto”, acrescentou Ronald Santos, criticando o entendimento pelo qual o governo tem proposto um conjunto de medidas consideradas nocivas ao SUS, como a PEC 241, que propõe o congelamento dos recursos da saúde por 20 anos.
O Ato Político em Defesa da Democracia nas Comunicações e no Brasil contou também com a participação da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e dos deputados Jean Wyllys (PSOL-RJ), Erika Kokay (PT-DF) e Leo de Brito (PT-AC).
Jorge Vasconcellos
Assessoria CNS
Foto: Cleia Viana / Acervo / Câmara dos Deputados
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