O papel e a representatividade dos movimentos sociais, dos partidos políticos e das instituições que atuam na defesa da democracia foram debatidos durante o 3º Congresso Brasileiro de Política, Planejamento e Gestão em Saúde, em Natal. O assunto foi tema da mesa “Crise da Política e da democracia representativa no Brasil: o papel dos movimentos sociais, dos partidos políticos e das instituições estatais na garantia dos direitos sociais e do direito à saúde”, na quarta-feira (3).
Para o presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Ronald Santos, há questões centrais e urgentes que necessitam ser refletidas na atual conjuntura. “Existe uma crise no processo civilizatório, no Brasil e no mundo, e é preciso repensar algumas saídas aos ataques que estamos sofrendo. Qual é de fato o papel de cada uma das instituições?”, questiona Ronald, ao apresentar alternativas de enfrentamento que o momento atual exige. “É preciso discutir uma articulação entre as diferentes instituições do estado brasileiro, para defender os direitos sociais como um todo”.
Segundo a professora da Universidade de São Paulo, Amélia Cohm, é preciso entender a crise da democracia no país e do papel do Estado. “O que estão implantando na sociedade é que é mais assustador para os sujeitos sociais a insegurança da ausência de contratos e da impossibilidade de riqueza, do que as incertezas dos destinos do país”, afirma.
A mesa temática contou com a participação do conselheiro nacional e representante do Movimento POP Rua, José Vanilson Torres, que apresentou as angústias e as dificuldades ao direito à saúde das pessoas que vivem em situação de rua. “Nós somos a população dita vulnerável, mas nós não somos vulneráveis, nós ‘estamos’ em situação de vulnerabilidade social”, afirma José Vanilson ao descer do palco para falar com o público “de igual para igual”. “Ocupamos hoje uma cadeira de titularidade no maior órgão de controle social, que é o Conselho Nacional de Saúde. Temos voz”, concluiu.
A plateia ainda fez considerações importantes e parabenizou a organização do evento pela diversidade na composição da mesa.
Viviane Claudino
Assessoria CNS