A união, a força e a diversidade marcaram o ato Pela Saúde e Pela Vida das Mulheres realizado nesta quinta-feira (17/08), em frente ao Museu da República, em Brasília. A manifestação faz parte da programação da 2ª Conferência Nacional de Saúde das Mulheres (CNSMu), organizada pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), de 17 a 20 de agosto.
A luta por uma sociedade inclusiva, mais justa e pela construção de políticas públicas de saúde, que garantam atendimento à todas as especificidades, foi destaque do ato, que reuniu mulheres de todos os estados brasileiros. Os participantes se uniram também pelo empoderamento das mulheres, pelo recorte de gênero, pelo combate à violência contra as mulheres, pelo fim da cultura do estupro e pelo respeito à diversidade e inclusão em todos os espaços.
“Temos de fazer desse momento e dessa conferência um marco na luta das mulheres negras, pela saúde de todos e por um SUS de qualidade para toda a população negra”, disse a representante da União de Negros pela Igualdade (Unegro), Conceição do Almeida. “Queremos o entendimento e respeito as nossas especificidades, porque não somos criadas em série”, endossou a representante do Movimento Brasileiro de Mulheres Cegas e com Baixa Visão, Joseane França. “Apesar de estar no escuro, estou também para lutar, porque juntas temos fibra e temos voz”, completou.
A manifestação também protestou contra as últimas ações do Governo Federal, como a Emenda Constitucional 95/2016 que congela os investimentos em saúde e educação pelos próximos 20 anos. Os participantes ainda se posicionaram contra a proposta de planos de saúde populares e contra a revisão da Política Nacional de Atenção Básica, ambos em análise pelo Ministério da Saúde. “Quando entra um governo que faz uma emenda limitativa pela liberação de recursos da saúde você desmonta o SUS”, afirma a deputada federal Jandira Feghali, presente no evento. “É fundamental que as mulheres se mobilizem e se organizem de forma consciente na resistência e na perspectiva”, completa.
A parlamentar ainda destacou a importância do recorte para as mulheres em todas as políticas, uma vez que a luta delas, em todos os espaços, é sempre contra a opressão. “Estamos sempre em confronto com uma ideologia de dominação que nos submete a todas as políticas de poder. O recorte de gênero é fundamental porque ele é transversal a tudo e na saúde, em particular, tem questões muito concretas”, avalia.
Com o tema Saúde das Mulheres: desafios para a integralidade com equidade, a conferência nacional deve reunir 1800 pessoas. E tem como principal objetivo propor diretrizes para a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Mulheres.
“Depois de tanta luta, essas mulheres guerreiras atravessaram o país para que durante três dias lutemos em defesa da vida. Nenhuma mulher a menos, nenhum direito a menos”, disse a conselheira nacional e coordenadora da 2ª CNSMu, Carmen Lúcia Luiz.
Ascom CNS