Para potencializar talentos, esquecer o estigma da “mulher presa”, ressocializar e formar mulheres através de oficinas em Saúde, o projeto Passo a Pássaro, realizado na Penitenciária Feminina de Teresina (PI), vem requalificando a vida de muitas mulheres privadas da liberdade. A iniciativa receberá homenagem do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) durante a 2ª Conferência Nacional de Saúde das Mulheres (2ª CNSMu), que começa hoje (17/08), em Brasília.
O foco do projeto é a saúde integral das mulheres. Quando ela chega na penitenciária, é aberto um prontuário onde é feito todo mapeamento da vida de cada uma delas. A equipe possui assistente social, psicóloga, enfermeira e advogada. “Nós trabalhamos um conceito de comunidade dentro da penitenciária. Todas as pessoas que trabalham aqui seguem essa ideia. A nossa estrutura e abordagem é diferenciada”, afirma a agente penitenciária, coordenadora do projeto, Socorro Godinho.
Ao todo, 162 mulheres participam das ações iniciadas em outubro de 2016. A maioria delas estuda a semana inteira no por meio do programa Educação de Jovens e Adultos (EJA), além de receberem formações sobre violência, justiça e cidadania. “Nós queremos que elas saiam ressocializadas, reflitam sobre o mundo após passarem por aqui”, disse.
As mulheres também participam de atividades como yoga e teatro. Tudo para que encontrem autonomia e liberdade de forma integral. “O projeto se chama Passo a Pássaro para representar nosso desejo de ajudar a guiá-las nos seus passos, para que, em seguida, elas possam voar novamente”, finaliza Socorro.
Mais experiências
A Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) junto à Secretaria Municipal de Saúde da capital realizam experiência semelhante ao projeto piauiense, que acolhe mulheres em 7 aunidades básicas de saúde diferentes. O projeto “Mulheres da AP2.2” propõe grupos de convivência, educação em saúde e geração de renda. É uma forma de prestar acolhimento e gerar autonomia diante de sua saúde.
No Pará, uma experiência que tenta atenuar a violência que muitas mulheres sofrem com os procedimentos padrão na hora do parto é o Projeto TransformaDor: parir com amor, sem violência, da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Pará (UFPA). A partir da iniciativa, o parto para elas passou a ser um momento mais humano e acolhedor. As iniciativas também serão homenageadas pelo CNS e Opas durante a 2ª CNSMu.
Ascom CNS