O Conselho Nacional de Saúde (CNS), em sua 292ª Reunião Ordinária, debateu o quarto eixo temático da 2ª Conferência Nacional de Saúde das Mulheres (2ª CNSMu). O colegiado tratou do tema “Políticas públicas para as mulheres e a participação social”. Participaram das discussões a fundadora da organização Grupo Transas do Corpo, Ruranay Silva, e a pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Socorro Souza.
De acordo com Socorro Souza, a mobilização social é primordial para que as conferências de saúde das mulheres ocorram nos Estados e Municípios. “É preciso fazer com que as informações sobre a conferência cheguem lá na ponta, para que as pessoas possam se apropriar dos temas, do processo de participação e que elas entendam que esse evento faz parte do processo democrático e que devemos fortalecê-lo”, disse.
Segundo a pesquisadora, analisar o contexto de vida das mulheres é crucial para que possam ser formuladas políticas públicas que possibilitem uma mudança significativa nesse segmento da sociedade. “Temos que pensar numa perspectiva de mudança real na vida das mulheres que lutam por acesso a água e o saneamento básico como um direito humano. Temos de pensar nas centenas de mães que contraíram o vírus da Zika e como consequência seus filhos adquiriram a microcefalia. Temos de pensar em dar dignidade de vida para essas crianças”, afirma.
Para Rurany Silva, as políticas públicas para as mulheres resultam no conjunto de esforços da sociedade civil e do poder público, mas principalmente do movimento de mulheres que denunciam há anos as vulnerabilidades desse público. “A 2ª CNSMu é uma luta pelos direitos das mulheres para que se tenham condições da melhoria da saúde, da educação e também uma luta para pautar a equidade no SUS. Após 31 anos de realização da Conferência de Saúde e Direitos das Mulheres é importante que sejam garantidos avanços na saúde das mulheres, dado o contexto político que estamos vivenciando atualmente”, disse.
A 2ª CNSMu ocorre em agosto desse ano. Com o tema central “Saúde das mulheres: Desafios para a integralidade com equidade”, a conferência terá como objetivo propor diretrizes para a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Mulheres.
Mariana Moura
Assessoria CNS