A crise política instaurada no Brasil não pode ameaçar as conquistas adquiridas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Esse foi o tom predominante da audiência pública realizada no Senado Federal nesta quinta-feira (06) em que conselheiros nacionais de saúde puderam demonstrar toda preocupação com o atual momento da política brasileira.
Segundo o presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Ronald Santos, não há como falar em democracia sem mencionar o SUS, maior e mais democrático sistema público de saúde do planeta. “O SUS é irmão gêmeo da democracia e permitiu acesso à saúde aos 200 milhões de brasileiros. Liquidar a democracia é liquidar o SUS”, afirma.
O conselheiro André Luiz de Oliveira, representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) no CNS, aponta o SUS como uma das maiores conquistas sociais dos brasileiros e faz um alerta sobre o futuro do sistema: “O SUS é considerado como um exemplo de pleno exercício e conquista de cidadania de um povo que luta e preza pela democracia. Devemos continuar com debates nacionais e impedir o seu desmonte”, ressalta.
O senador Paulo Paim (PT-RS), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) e autor da proposta de audiência pública, garante a continuidade dos debates sobre o SUS mesmo que a Comissão Especial do Impeachment decida pela a admissibilidade do processo de afastamento da presidenta Dilma Roussef. “Usaremos sempre a tribuna da Comissão de Direitos Humanos para defender a democracia”, afirma Paim.
Susanna Scarlet
Assessoria do CNS