Programa foi exibido no Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças de Trabalho, celebrado em 28/04
A saúde e segurança dos trabalhadores e das trabalhadoras do SUS e de serviços essenciais em tempos de pandemia estiveram em pauta na live organizada pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), nesta terça-feira (28/04). O tema foi abordado no Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças de Trabalho e destacou a busca por alternativas que amenizem a grave situação vivenciada por inúmeros trabalhadores que atuam na linha de frente do combate à Covid-19.
Na ocasião, os coordenadores da Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (Cistt) do CNS explicaram quando a Covid-19 em profissionais de saúde e serviços essenciais pode ser considerada acidente de trabalho, como emitir a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) nestes casos, quais as perspectivas e impactos na saúde dos trabalhadores, entre outros assuntos.
Segundo Geordeci de Souza, coordenador da Cistt, não há um registro oficial que indique o número de profissionais da saúde e de serviços essenciais – trabalhadores de supermercados, farmácias, indústrias de produção e fabricação de materiais, na área da limpeza, entregadores de mercadorias e alimentos, entre outros – que já tenham sido contaminados pelo novo coronavírus em seus locais de trabalho.
“É preciso que o Ministério da Saúde, os estados e os municípios apresentem números de trabalhadores que estão confirmados ou com suspeita de Covid, assim como o número de óbitos. Precisamos ter clareza para sabermos quantos ficarão afastados e quantos devem ser contratados para que a sociedade continue tendo atendimento”, alerta Geordeci, que também é conselheiro nacional de saúde e representa a Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Um parecer técnico do CNS destinado ao Ministério da Saúde alertou que podemos chegar ao número de 365 mil casos de Covid-19 entre profissionais da Saúde. Na população em geral, os dados mais recentes do número de casos do novo coronavírus no Brasil, atualizados no final de terça-feira (28/04), totalizam 71.886 casos confirmados e 5.017 óbitos. A taxa de letalidade já atingiu 7%.
“As perspectivas não são as melhores e nem tão rápidas como precisamos, mas elas existem. E elas partem da necessidade da gente se reinventar para combater esses desmandos que acontecem desde 2017”, afirma a coordenadora-adjunta da Cistt, Ruth Cavalcanti Guilherme, conselheira nacional de saúde e representante da Associação Brasileira de Nutrição (Asbran) no CNS.
Ela se refere às reformas Trabalhista e Previdenciária, à extinção do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e outras medidas, implementadas a partir de 2017, que precarizaram ainda mais as relações de trabalho no Brasil.
Todas as comissões intersetoriais do CNS estão se reunindo online para traçar estratégias que auxiliem na temática do Covid-19. O próximo passo da Cistt será entrar em contato com as comissões estaduais e municipais de saúde dos trabalhadores e das trabalhadoras para conhecer a situação em cada localidade, a fim de propor ações juntos aos conselhos de saúde de cada região.
Proteger o Trabalhador e a Trabalhadora é Proteger o Brasil
Ainda na terça-feira, o CNS lançou a campanha Proteger o Trabalhador e a Trabalhadora é Proteger o Brasil. O objetivo é implementar um conjunto de estratégias de educação permanente para esclarecer e alertar estas pessoas sobre as recomendações de proteção à saúde dos trabalhadores e trabalhadoras que estão envolvidos no enfrentamento e combate ao Novo Coronavírus.
A campanha é destinada aos profissionais da Saúde que desenvolvem funções assistenciais, administrativas e operacionais, da atenção básica à assistência hospitalar especializada. Também é dirigida aos estudantes e docentes mobilizados nas iniciativas emergenciais de combate à pandemia e aos trabalhadores de áreas essenciais, mobilizados para garantir o suporte necessário à vida de todos os brasileiros.
Ascom CNS