Iniciada na manhã desta terça-feira (24), no Centro de Convenções Internacional do Brasil, em Brasília, a 20ª Plenária Nacional de Conselhos de Saúde, entidades e movimentos sociais e populares, especialistas e estudiosos do tema da saúde defenderam amplamente o modelo institucional do SUS e afirmaram que o Sistema precisa ser fortalecido.
De acordo com Gastão Wagner, presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), o SUS deve ser defendido pela sociedade que também tem a tarefa de cobrar mais recursos para a saúde pública. “Temos que construir uma estratégia para defendermos o SUS, precisamos de mais recursos, como empregar e como fazer. Devemos propor avanços identificando os problemas do SUS para enfrentarmos”, disse.
O diretor propôs duas estratégias para o fortalecimento do SUS, baseados em dados e análises fornecidos pela Abrasco, a primeira seria criar um plano de 4 anos para que a união, os estados e os municípios ampliassem a atenção básica da saúde para que atingisse 80% da população, a segunda seria a criação da carreira nacional de assistência básica da saúde, por meio da criação de um fundo único nacional de atenção básica.
O professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Alcides Miranda, destacou os valores éticos do SUS fruto da luta da sociedade brasileira e que não deve sofrer a inerente ameça de desmonte, pois o engajamento social não irá permitir que isso aconteça. “A população deve reconhecer que o SUS é indestrutivo. O direito privado tenta mostrar para a sociedade que a saúde pública está falida, isso não é verdade, temos a responsabilidade de revelar que este modelo de saúde privada não é ideal para a sociedade brasileira”, disse.
Para Armando Raggio, diretor-executivo da Fundação de Ensino e Pesquisa de Ciência da Saúde (Fepecs), pesquisas recentes mostram que os brasileiros estão vivendo mais, porém há dados preocupantes que revelam que pessoas saudáveis estão morrendo, além disso, o Raggio destacou a subutilização dos serviços específicos de tratamentos de média e alta complexidade, como o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). “Temos que fortalecer os serviços de saúde de acordo com o que ele se propõem, temos um excelente Sistema Universal de Saúde que sim, é possivél atender toda a população” disse.
O evento segue até esta quinta-feira (25) e conta com a presença de cerca de 1.000 participantes. As Plenárias foram criadas por deliberação do 1º Congresso Nacional de Conselhos de Saúde, que aconteceu em abril de 1995, em Salvador – BA, tem por objetivo principal promover a relação dos Conselhos de Saúde com a esfera nacional na perspectiva de fortalecer a participação popular no SUS.
Por Mariana Moura
Assessoria CNS