O Brasil é o 8º país no mundo onde mais se cometem suicídios. No país, a cada 45 minutos, uma pessoa morre ao tirar a própria vida. Por esse motivo, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) participou na tarde desta terça (10/10) de audiência pública promovida pela Comissão de Seguridade Social e Família, na Câmara dos Deputados, em Brasília. Os dados foram apresentados pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), entidade que acolhe pessoas em situação de vulnerabilidade psicológica.
O tema é delicado. Em muitos espaços há uma ideia de que é preciso evitar o assunto para não incentivar novos atos. Porém, a representante do CVV, Leila Herédia, afirma que é preciso ampliar o debate sobre a questão no intuito de prevenir. “Precisamos falar sim sobre o assunto, só com informação poderemos mudar essa realidade”, disse.
Fernanda Bequerer, representante da Associação Brasileira de Estudos e Prevenção ao Suicídio, disse que a imprensa precisa abordar o assunto com responsabilidade, não evidenciando os métodos para o ato e informando onde a população pode conseguir ajuda. Ela também disse que os casos entre homens são três vezes mais que entre mulheres. “Em geral, homens não falam em profundidade sobre seus problemas sentimentais”, explica.
Desde 2006, o Ministério da Saúde possui um conjunto de Diretrizes Nacionais de Prevenção do Suicídio, que orienta a sociedade como um todo a lidar com a questão na tentativa de reduzir os índices. Ronald dos Santos, presidente do CNS, afirmou que, nas políticas mais básicas, os profissionais devem estar preparados para acolher pessoas com possíveis tendências ao ato.
“Precisamos enfrentar o sofrimento e a depressão para permitir que as pessoas possam viver mais e melhor. O CNS tem buscado fortalecer a proteção social na formulação de políticas”, disse, destacando a Política Nacional de Vigilância em Saúde, que vem sendo construída no amplo processo de participação social da 1ª Conferência Nacional de Vigilância em Saúde, marcada para encerrar de 28 de novembro a 1º de dezembro.
Procure ajuda:
Se você precisa de acolhimento, pode ligar gratuitamente para os números 141 ou 188, do Centro de Valorização da Vida. O atendimento é 24h e conta com profissionais capacitados, sem qualquer tipo de julgamento ou preconceito, para acolher pessoas em situação de vulnerabilidade psicológica.
Ascom CNS