O final da tarde de quarta, 25 de agosto, selou a abertura oficial do 8º Congresso da CNTSS/CUT – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social, que tem como tema central “Os desafios dos(as) trabalhadores(as) da Seguridade Social frente aos ataques ao Estado de Bem-Estar Social” e deverá se estender até sexta-feira, 27 de agosto, onde será aprovado o Plano de Lutas e eleitos os dirigentes que farão parte da Executiva, da Direção Nacional e do Conselho Fiscal para o próximo quadriênio (2021-2025).
O 8º Congresso da CNTSS/CUT, que está sendo realizado de forma virtual, por meio da Plataforma Zoom, reúne delegadas e delegados de todo o país eleitos em assembleias dos Sindicatos e Federações filiadas à Confederação. A solenidade de abertura, na verdade, consolidava uma agenda de muito trabalho iniciado logo pela manhã com a realização da quarta edição do Encontro Nacional das Mulheres da Seguridade Social da CNTSS/CUT. Logo depois uma mesa de debates sobre o tema “As consequências das Reformas implantadas pelo governo federal para os(as) trabalhadores(as) da Seguridade Social” deu o tom dos trabalhos do 8º Congresso.
A solenidade de abertura contou com a participação virtual de convidados que puderam se expressar pela plataforma ou enviaram suas mensagens às trabalhadoras e trabalhadores das diversas categorias profissionais que formam a Seguridade Social, nos seus três setores de atividade: Saúde, Assistência e Previdência Social. Entre os parceiros da Confederação que se manifestaram esteve o presidente do CNS – Conselho Nacional de Saúde, Fernando Pigatto.
Unidos em muitas das lutas de defesa da saúde pública, a Confederação e o Conselho sempre somaram suas forças nos espaços sociais, governamentais e no parlamento na defesa dos trabalhadores da Saúde, do SUS – Sistema Único de Saúde e por um atendimento cada vez mais qualificado à população. Pigatto fez alusão a este momento de grande dificuldade que o país passa por conta da pandemia do coronavírus e pelas políticas irresponsáveis do governo Bolsonaro na área da Saúde. O presidente do CNS falou do enfrentamento contra esta situação e da importância da unidade de todos os atores progressistas nesta luta.
Lembrou que os movimentos sociais sempre tiveram as ruas para se manifestar e que este movimento vem ressurgindo, com todos os cuidados que a pandemia impõe. “Este governo fez uma opção pela morte. Ele fez uma opção de assumir um projeto em que uma parcela da população, segundo o próprio governo, não tem serventia. Agora estamos com quase 580 mil vítimas por sua responsabilidade. Só não há mais mortes porque temos o SUS e a Seguridade Social. Mesmo contra a vontade do governo, o SUS salvou milhares de vida. E a nossa atuação de luta fez com que milhares de pessoas tivessem suas vidas preservadas. Sigamos defendendo a vida e a democracia,” defende Pigatto.
O presidente da CNTS – Confederação Nacional dos Trabalhadores da Saúde, Valdirlei Castagna, esteve entre as autoridades convidadas e mencionou que o Congresso é um momento muito importante para as categorias organizarem as lutas e suas pautas de reivindicações. “Este é um momento muito especial que os trabalhadores da saúde estão vivenciando. Vivemos um momento muito difícil no país. A fala de Sérgio Nobre foi importante. Precisamos nos preparar para o processo eleitoral. Vamos ter um processo muito difícil. É importante que uma instituição que tem papel relevante na sociedade esteja nas ruas para alertar a sociedade. Vamos levar o debate de quem tem uma visão de Estado diferente deste governo,” pontua Castagna
Presidente da CUT Nacional
Sérgio Nobre, presidente da CUT – Central Única dos Trabalhadores, também mandou uma mensagem às delegadas e delegados. Em vídeo gravado, fez um agradecimento a categoria da Seguridade Social pelo trabalho na linha de frente no combate ao Covid-19 no país. Expôs que neste momento onde foram perdidas milhares de vidas, foi o trabalho destes profissionais que demonstrou o quanto é importante o SUS e o SUAS. Para ele, as crises econômica e sanitária têm prejudicado demais a classe trabalhadora, que vem sendo vítima da irresponsabilidade do governo federal.
“Junto com as privatizações, Bolsonaro prepara um duro ataque aos serviços públicos com a PEC nº 32. Ela é um instrumento para acabar com o concurso público e introduzir formas precárias no serviço público, com salários inferiores aos salário mínimo. Vamos preparar uma grande greve nacional no país. Vamos pedir um forte empenho de todos para o sete de setembro. Vamos mobilizar o país inteiro. É preciso que nos organizemos,” conclama o dirigente cutista.
Parceiros Internacionais
Outro depoimento de grande valor foi dado pela representante da ISP – Internacional do Serviço Público, Denise Motta Dau, que pertence ao Ramo e que já foi presidente da Confederação e conhece a fundo a luta da Seguridade Social. Sua participação no Ramo fez com que apresentasse breve relato das muitas lutas da Confederação em defesa de seus trabalhadores e pela consolidação das políticas de Seguridade Social. Uma defesa intransigente que fez com que a Confederação protagonizasse momentos de grande valor neste período todo.
“Chegamos ao 8º Congresso da CNTSS/CUT lutando contra um governo fascista empenhado em destruir políticas e serviços públicos e os sindicatos. É com orgulho que participo aqui deste Congresso. Tenho certeza que esta resistência terá continuidade com base em políticas e estratégias importantes. Com certeza, seguiremos conquistando novas vitórias,” vislumbra Motta Dau.
Outros dois parceiros internacionais da Confederação também se manifestaram por meio de mensagens de vídeo. Márcio Mosane, da UniAmérica, fez questão de falar da importância das parcerias. “É importante reforçar alguns pontos. O primeiro deles é como a Confederação tem ajudado a enfrentar os retrocessos do governo Bolsonaro. A denúncia que fizemos em Haia ilustra bem estes retrocessos que combatemos. Vocês têm lutas constantes contra as ameaças ao SUS, as OSs, por 30 jornada de trinta horas. Nós estamos com vocês nesta jornada e nas lutas para melhorar as condições dos trabalhadores da saúde,” reafirma o dirigente.
Defesa intransigente da Seguridade Social
O presidente da CNTSS/CUT, Sandro Cezar, fez a fala de encerramento da solenidade iniciando com um agradecimento a todos os delegados e delegadas que participaram das assembléias em suas entidades e que debateram as prioridades que estão sendo trazidas agora para a discussão no Congresso. O 8º Congresso, segundo ele, acontece em um período histórico em que a Democracia brasileira está sendo fortemente atacada, assim como o sindicalismo. Vê que estes ataques acontecem porque a classe trabalhadora é capaz de trazer a mudança. Os trabalhadores da Seguridade Social têm um compromisso com o país e seu povo. Também agradece as entidades internacionais parceiras da Confederação em tantas lutas.
O dirigente aponta que a tarefa não tem sido pequena e que os trabalhadores têm cumprido este desafio diariamente em cada local de trabalho do país. “Nós sempre fizemos campanhas pelo fortalecimento do SUS. Quando falávamos de sua importância as pessoas não entendiam a complexidade do Sistema. Hoje está provado que tínhamos razão. Nós sempre defendemos o SUS e o SUAS. A pandemia mostrou a importância do SUAS e da Assistência Social. Situação semelhante aconteceu com a Previdência Social, que manteve seu atendimento na pandemia. As inúmeras categorias presentes na Seguridade Social mostraram sua importância. Por que atacam as políticas da Seguridade Social? Porque elas levam serviços a toda sociedade, sobretudo atende aos menos favorecidos, ” ressalta o presidente da Confederação.
José Carlos Araújo
Assessoria de Imprensa da CNTSS/CUT
Fonte: CNTSS/CUT