Reiki, auriculoterapia, reza milenar, reflexologia, massagem, florais. Estes foram alguns dos cuidados oferecidos às participantes da 2ª Conferência Nacional de Saúde das Mulheres (2ªCNSMu), que ocorre em Brasília de 17 a 20 de agosto.
As práticas de saúde integrativas fizeram parte da programação da Tenda Nise da Silveira, espaço organizado pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) no centro de Convenções Ulysses Guimarães, paralelo aos debates da conferência nacional.
Em março de 2016, 14 tipos de práticas integrativas e complementares foram incluídas pelo Ministério da Saúde no Sistema Único de Saúde (SUS). “A gente pensou que as mulheres precisam ser sensibilizadas para as políticas que estão sendo implementadas. Também queremos divulgar a política de educação popular em saúde, que tem Paulo Freire como referência para a construção coletiva e com diálogo”, informou a conselheira nacional e coordenadora do Espaço de Cuidados da Tenda, Simone Leite.
As práticas foram oferecidas por profissionais das áreas e contou com voluntariado de participantes da conferência, especialistas nos temas. “É muito lindo esse trabalho de doação e voluntariado, muitas pessoas chegaram para nos ajudar, cada um oferecendo a sua especialidade”, avalia Simone.
A Tenda Nise da Silveira também contou com espaço reservado para rodas de conversas e oficinas, abordando temas como violência doméstica, feminismo, saúde mental e diversidade, saúde das mulheres com deficiência, garantia de direitos das mulheres indígenas.
Rayanne França, representante do Povo Baré do Amazonas, destaca que as mulheres indígenas sofrem violência desde sempre. “São inúmeras violações de direitos. A gente vem fazer esse diálogo para sensibilizar a todos e para lutar por um atendimento qualificado às nossas mulheres”.
Na programação da tenda, também ocorreu o lançamento do livro infanto-juvenil e feminista “Mirela e o Dia Internacional da Mulher”, com a participação da autora e cientista política Ana Prestes, neta de Luiz Carlos Prestes. Também foi lançado o livro “Outubro Rosa – Do muito o que há por ser dito” da autora e médica Elcylene Leocádio, que reúne relatos de experiências no tratamento de câncer de mama.
O nome da tenda foi escolhido em homenagem à psiquiatra alagoana Nise da Silveira, pioneira da terapia ocupacional na psiquiatria ao introduzir esse método Centro Psiquiátrico Pedro II, no Rio de Janeiro. A conferência encerra hoje, com participação de 1800 pessoas, após três dias intensos de debates que definem as diretrizes da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher.
Ascom CNS