Nos dias 2 e 3 de junho, conselheiros nacionais de saúde, profissionais e gestores do SUS, representantes da sociedade civil e estudantes participaram do encontro regional do Projeto Integra, realizado em Rio Branco (AC). O objetivo foi debater temas relacionados ao enfrentamento das condições sanitárias, sociais e políticas vividas no Brasil no último período. O projeto reflete as garantias de saúde que foram elencadas na Constituição de 1988 no Brasil, implicando diretamente na qualidade de vida da população.
A abertura do evento contou com a participação da coordenadora do projeto, Silvana Leite, da representante do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Altamira Simões, da conselheira federal de Farmácia, Isabela Sobrinho, da coordenadora do curso de Farmácia da União Educacional do Norte (Uninorte), Carla Nonomura, além de agentes públicos, pesquisadores, autoridades da comunidade acadêmica. “O projeto Integra visa formar lideranças na sociedade, bem como a integração entre os profissionais da saúde, gestores, lideranças de movimentos sociais, associações, além dos conselheiros de saúde municipais e estaduais, que são trabalhadores atuantes na participação do processo de formulação de políticas”, afirmou Silvana.
O projeto é promovido pelo CNS em parceria com a Escola Nacional dos Farmacêuticos (Enfar) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e conta com o apoio da Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar). A estratégia do projeto é a promoção da integração de políticas e práticas da Vigilância em Saúde, Assistência Farmacêutica, Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde no âmbito da gestão participativa e dos movimentos sociais.
Para a identificação de problemas regionais na área de saúde, os participantes do encontro no Acre dividiram-se em grupos e discutiram propostas de melhorias, além de levantar tópicos sobre o papel dos sujeitos no controle social no SUS. “Com base em critérios, nós escolhemos o problema de acordo com o contexto de cada participante. Entre os processos da linha estratégica, houve uma eleição de duas causas que subsidiam uma questão, a fim da resolução do problema”, explicou a coordenadora executiva do Integra, Ana Liane.
No encontro foram destacadas as questões do modelo assistencial que precisam melhorar, a atenção humanizada para o usuário que se encontra fragilizado no sistema da saúde, básica e especializada, além da consolidação de propostas e abordagens aos temas prioritários definidos pelos grupos, como o fortalecimento do controle social e a má gestão no nível de governabilidade. “O projeto visa a integração das pessoas, tendo em vista que isso é necessário para discutir e mapear os protocolos e as políticas públicas da saúde, com a finalidade de possibilitar o conhecimento dessa área, o que viabiliza a atuação dessas pessoas no processo lhes garantindo a voz nesses espaços”, afirmou a conselheira nacional de saúde, Altamira Simões.
Isabela Sobrinho, conselheira federal de Farmácia do Acre evidenciou a importância da integração entre os eixos, isto é, a “assistência farmacêutica, ciência e tecnologia e vigilância em saúde estão ligados ao nosso cotidiano”. “Precisamos levantar questões desses temas, a fim de fortalecer a estrutura dos laboratórios do Brasil, visto que temos matéria-prima para produzir potentes fármacos em território nacional”, concluiu.
Os próximos encontros presenciais do projeto Integra ocorrerão nas cidades de São Luís (MA), de 7 e 8 de julho; Florianópolis (SC), dias 14 e 15 de julho e Goiânia (GO), de 21 a 22 de julho de 2022. Para participar, é necessário fazer a inscrição online.
Os participantes do evento no Acre expuseram as seguintes observações:
“Todos os tópicos discutidos na oficina são relevantes, mas é preciso destacar o fortalecimento do controle social, pois o Brasil vive um momento muito crítico e, apesar disso, é no debate e nessas discussões que os gestores podem se unir e constituir propostas para contribuir com a assistência farmacêutica”, Elenilson Souza – conselheiro estadual de saúde do Acre.
“Este evento contribui para nossa formação no curso de farmácia, de modo que o projeto Integra colabora com a construção de novos conhecimentos e experiências na área da saúde, além de destacar temas que nos fazem refletir sobre os futuros desafios”, Hellen Braga – graduanda do décimo período de farmácia da Uninorte.
“Precisamos trabalhar para disseminar ideias no Conselho Municipal de Saúde, tendo em vista que a população precisa participar da elaboração de sugestões e projetos que alcancem um objetivo determinante na construção de políticas públicas”, Caetano Camargo, presidente do Sindicato dos Farmacêuticos no Acre.
“Na Uninorte temos trabalhado com os alunos enfatizando o atendimento humanitário na saúde, sobretudo na área farmacêutica. Além disso, nós buscamos investir em pesquisas. O centro universitário da Uninorte está aberto para o diálogo com o projeto Integra”, Carla Nonomura – professora e coordenadora do curso de farmácia.
Por Danna Anute Brito