Por, Bruno Tessari Cobra, apoiador do COSEMS/SP
Conferência: ato ou efeito de verificar no que concordam e no que discrepam duas coisas confrontadas; cotejo, confronto, comparação. Conferir…!
“As Conferências de Saúde têm o objetivo de melhorar a saúde da população. Para isto, sempre sua ação será voltada no sentido de conhecer o que deveria estar sendo feito para garantir a saúde da população (o desejo da sociedade explícito ou não no corpo legal), o que está acontecendo na realidade e como fazer para que o devido e o real sejam uma única coisa. Em resumo: confirmar o correto, modificar o errado e construir corretamente o novo”. Gilson de Carvalho (1946-2014)
Neste ano de 2023, vivenciamos, mais uma vez, a oportunidade de colocar em nossas pautas, o processo de planejamento ascendente para o fomento de diretrizes, objetivos, metas e indicadores que irão ajudar a compor o plano estadual e plano nacional de saúde. Um processo mais específico e de atuação mais coletiva na indução, sob a forma de diretrizes qualificadas, que de fato operem para “Garantir Direitos e Defender o SUS, a Vida e a Democracia para que amanhã seja um novo dia”, conforme tema da 17ª Conferência Nacional de Saúde, que será realizada em julho de 2023.
Assim, como nos traz a Carta do 37º Congresso COSEMS/SP – 2023, é “momento de estimular e apoiar os gestores municipais a implementarem mecanismos de gestão participativa, criando dispositivos para a participação efetiva das equipes de gestão e dos trabalhadores da saúde no planejamento e na gestão, bem como fortalecendo o Conselho Municipal de Saúde, a realização de Conferências e/ou Plenárias e outros espaços de participação da comunidade.”
O processo do apoio COSEMS/SP, em suas diretrizes e atribuições, possui um local de fala privilegiado para estas ações de estímulo à realização de Conferências e/ou Plenárias e nós apoiadores, atuamos para que estes espaços democráticos sejam garantidos.
Vivenciamos nestes tempos de Conferências e/ou Plenárias, a solicitação de apoio constante na qualificação dos eixos propostos e traduzir nas diversas falas, textos e notícias, o que defendemos em nossas ações diárias – o nosso SUS e seu fortalecimento!
A organização das Conferências e/ou Plenárias de Saúde, neste exercício de 2023, traz encravado nos seus processos, necessidades concentradas de diálogos, que possam ser traduzidos em encontros e espaços de discussões nos municípios com reflexões técnico-políticas e teórico-práticas sobre o que almejamos ao nosso SUS para os próximos quatro anos, via esfera estadual e nacional.
Neste sentido, o processo do apoio nesta organização se faz presente tanto no diálogo quanto na prática, ou seja, na metodologia de difundir informações advindas do Conselho Estadual e Nacional de Saúde e qualificá-las no coletivo; no contato necessário com gestores de forma mais individualizada; no passo a passo necessário, que antecede a realização das Conferências e/ou Plenárias, para buscar o engajamento na equipe de gestão, prestadores, trabalhadores e população; e no contato oportuno com Conselhos Municipais de Saúde. Importante destacar que o apoio também se faz presencial em diversas aberturas de Conferências e/ou Plenárias, o que nos oportuniza a falas mais regionalizadas e dos grandes desafios que permeiam as ações e serviços públicos de saúde.
Não há dúvida que neste processo aprendemos muito! Para cumprir o que Gilson Carvalho nos ensinou e vale aqui repetir “…confirmar o correto, modificar o errado e construir corretamente o novo…” precisamos de todos na participação pela ação. Cada um de nós, seja como ser humano, cidadão e político, tem um papel na sociedade. Ela vive na interdependência permanente da ação individual de cada um, seja médico, engenheiro, advogado, professor, pedreiro, frentista, faxineiro. E o importante é estimular a participação de todos, seja na apresentação de ideias ou na escuta de outras ideias, mas sempre na perspectiva de saídas que reconheçam as singularidades e respeitem o coletivo na resolução dos problemas.
E para finalizar, importante afirmar que nestes tempos de retomadas (e em todos os tempos) não podemos nos esquecer que “…Não desistir, nem desanimar da luta. Tenho certeza de que se lutássemos só por nós, já teríamos desistido por desânimo, frouxidão e estafa física, mental e moral. O que nos mantém alertas, de pé e em estado permanente de luta é o peso de ter consciência de que lutamos por nós e, solidariamente, pelos muitos que ainda ou não sabem ou não podem lutar, desta e de gerações futuras…” Gilson de Carvalho (1946-2014).
Via: cosemssp