“Gastar com saúde não é jogar dinheiro fora, o investimento com saúde é força propulsora para o desenvolvimento”. Essa foi uma das frases que deram o tom hoje (18/08) no Eixo 1 da 2ª Conferência Nacional de Saúde das Mulheres (2ª CNSMu). A mesa tratou do “Papel do Estado no desenvolvimento socioeconômico e ambiental e seus reflexos na vida e da saúde das mulheres”.
A frase foi dita pela Subprocuradora Geral da Republica, Ela Wiecko Volkmer de Castilho, que participou da mesa ao lado de Celia Regina Nunes das Neves, representante da Comissão Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativistas Marinhas do Brasil (Cofrem). Também participaram as conselheiras do CNS, Francisca Valda da Silva e Jupiara Gonçalves de Castro, que mediaram o debate.
Jupiara destacou a importância do papel do Estado na vida das mulheres brasileiras. Segundo ela, a conferência precisa tirar um propósito de projeto de nação que garanta democracia para o povo brasileiro, tratando as mulheres com equidade. Francisca Valda declarou que as participantes não aceitarão “nem um direito a menos”, já que a saúde e o Sistema Único de Saúde (SUS) são garantidos pela Constituição.
Célia Regina mostrou as dificuldades que os povos das reservas extrativistas passavam, principalmente as mulheres. Para ela, o estado deve garantir uma política de saúde e educação acessível para todos os povos das florestas. Ela também afirmou que “o litoral brasileiro não tem pobreza, tem é a ausência do poder público”, criticou.
Abaixo-assinado
A 2ª CNSMu, está sendo realizada após três décadas da primeira edição, tendo como destaque a luta contra a Emenda Constitucional 95/2016, que congela recursos públicos em Saúde e Educação por 20 anos e contra a privatização do SUS. Durante a mesa, as participantes foram convocadas a coletarem assinaturas para o abaixo-assinado da Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), organizado pelo CNS. O documento será enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), em abril de 2018.
Ela Wiecko também frisou que as mulheres são as vítimas preferenciais da EC 95/2016. “O Estado tem um papel fundamental e não pode se omitir, principalmente para os grupos mais vulneráveis”, declarou. A Conferência reúne 1.800 mulheres de todo Brasil.
Ascom CNS