Embora as informações falsas tenham ganhado versões cada vez mais sofisticadas por causa dos recursos tecnológicos que aprimoram suas estruturas textuais e de compartilhamento, existem, por outro lado, características muito específicas que auxiliam na sua identificação.
Esse cuidado é importante porque existem informações disparadas por perfis ou contas maliciosas altamente ativas e partidárias, cujo propósito é o de se tornarem fontes poderosas de proliferação de desinformação. Por isso, é importante verificar a conta/perfil e a mensagem/conteúdo.
A mídia social e o compartilhamento colaborativo de informações em plataformas
digitais fomentam também a propagação de desinformação. Por isso, precisamos ter muita atenção ao compartilhamos informações, assim como, a decisão em seguir determinados perfis ou permitir que nos sigam.
Sobre as contas ou perfis:
• Perfil criado recentemente ou com poucos posts: Em geral, contas falsas são criadas rapidamente e em larga escala. Isso significa que a data de criação do perfil pode ser um fator determinante para confirmar a autenticidade da página. É possível checar essa informação a partir da função “Sobre esta conta”, que revela também dados como país de origem e os nomes de usuário anteriores.
• Quando o perfil segue muita gente, mas tem poucos seguidores: Este é um dos principais indicadores de que um perfil é fake. As contas no Instagram, com exceção dos perfis de celebridades e influenciadores digitais, costumam ter quase tantos seguidores quanto o número de perfis que estão seguindo.
• Contas que não usam fotos no perfil ou usam fotos não-realistas: A maior parte das contas falsas não usa foto no perfil. Acontece que, como essas páginas estão tentando imitar uma pessoa real, também é possível vê-las usando a foto de alguém fisicamente muito atraente como uma espécie de “avatar”. Nesse caso, desconfie e cheque outras informações sobre a conta, como data de criação, relação entre o número de seguidores e pessoas que segue, qualidade da descrição na bio e nível de atividade.
• Bio vazia ou genérica: Como as contas fakes são criadas em larga escala e de forma automatizada por robôs, não sobra muito tempo para otimizar a bio do Instagram. Na verdade, isso sequer chega a ser uma preocupação para tais contas.
• Uso massivo e aleatório de hashtags: O uso de hashtags aleatórias é um forte indício de que as interações orgânicas de um perfil podem estar comprometidas. Se você vir um perfil que faz uso massivo de hashtags aleatórias, desconfie. Provavelmente, se trata de uma fake.
• Baixos níveis de interação e engajamento: Verifique se a comunidade de seguidores é ativa e se os comentários das publicações são autênticos. Os níveis de engajamento das contas fakes costumam ser muito baixos, já que elas possuem poucos seguidores.
• Outra forma também de identificar é através dos recursos de inteligência
artificial. Para verificar perfil no Twitter, por exemplo, existe o Botometer, ferramenta automatizada que é capaz de identificar robôs. Para usá-lo, você precisa fazer login com a sua conta do Twitter (ele não publicará nada no seu perfil e não vai usar seus dados pessoais). Com acesso à rede social, o bot analisa mais de 1.200 características na conta, como quem ela segue, os seus seguidores e determina se é um bot ou não.
Sobre os conteúdos ou mensagens:
• Desconfie de textos alarmistas: Títulos e textos alarmistas podem até despertar a sua curiosidade, mas o objetivo costuma ser apenas conseguir cliques. Aqui entra o bom senso, ou seja, se uma mensagem parecer, à primeira vista, “inacreditável”, talvez seja justamente porque ela não existe. Em geral, quem tenta enganar o público escolhe exagerar ou inventar eventos absurdos para mexer com a emoção do leitor.
• Tome cuidado com as imagens: Imagens podem ser facilmente manipuladas digitalmente ou retiradas de contexto para enganar uma pessoa. O ideal é sempre buscar a versão original de uma foto, conferir onde ela foi publicada e pesquisar as circunstâncias em que ela foi feita. Uma maneira de fazer isso é através da busca reversa, que é uma técnica utilizada para encontrar imagens semelhantes a uma usada como referência. Ou seja, ao invés de digitar palavras-chave no buscador, você envia uma imagem e ele, então, retorna resultados semelhantes ou idênticos à imagem original.
• Vídeos e áudios podem ser enganosos: Desconfie de vídeos que mostram cenas incomuns ou tenham legendas alarmistas. Áudios também podem ser facilmente retirados de contexto e são difíceis de identificar o verdadeiro autor.
• Consulte as fontes: Atribuir um número ou uma informação a um órgão oficial ou a uma organização privada é fácil, mesmo que seja falso. Por isso, é necessário sempre checar as fontes. Muitos órgãos públicos apresentam dados em seus sites, o que facilita a pesquisa. Também é possível fazer uma busca online pelo nome de uma pessoa a quem se atribuiu uma informação.
• Confira a publicação em um veículo profissional de imprensa: Quando uma informação é verdadeira e relevante, provavelmente, ela foi publicada por algum veículo profissional de imprensa. Procure saber se já existe alguma reportagem sobre o assunto e confira a apuração, pois o jornalismo tem o compromisso de ouvir e incluir o outro lado da história.
• Verifique antes de compartilhar: Se você receber alguma mensagem e tiver dúvidas se é verdadeira ou falsa, não compartilhe. Repasse apenas informações que você tem certeza de que sejam verdadeiras. Você é responsável pelo que compartilha. “Mande esse texto para todos os seus contatos” ou “Faça essa mensagem chegar ao maior número de pessoas” são frases comuns em textos que contêm conteúdo falso.
Não esqueça: Se ao seguir todos esses passos, você ainda tiver dúvida, não compartilhe o conteúdo e envie para uma agência de checagem!