A Conferência Livre “Saúde da Mama: o Brasil precisa ouvir a voz da paciente” foi realizada pela Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama – Femama.
Sobre a Conferência
O evento aconteceu em 18 de maio de 2023, das 16h às 18h em formato online, focado no Eixo II – O Papel do Controle Social e dos Movimentos Sociais para Salvar Vidas e mobilizou associações de pacientes, profissionais de saúde e demais interessados no tema de cânceres, especialmente em câncer de mama.
Na ocasião, após a abertura da Conferência que explicou brevemente o objetivo do evento, foram ministradas duas palestras com cerca de 20 minutos de duração cada, sendo elas “Como ampliar os espaços de participação social do paciente com câncer?” com Tiago Farina (Advogado sanitarista, consultor em advocacy, ativista e host do podcast “Idealismo Prático”); e “A importância da participação social nas tomadas de decisão em saúde” com Andrea Bento (advogada e co-fundadora da Colabore com o Futuro). Ao final das palestras foi aberto um espaço para possibilitar o debate entre os participantes e o levantamento de propostas sobre os temas propostos.
Principais pontos levantados pelos participantes
Urge a necessidade de considerar a experiência do paciente de câncer no centro das decisões em saúde e para isso é imprescindível ampliar os espaços de participação social, sobretudo em audiências públicas.
Outro ponto foi a necessidade da ampliação da transparência de órgãos públicos em relação à orientação dos pacientes sobre programas, projetos, tratamentos e demais direitos do paciente, para que se amplie o acesso à informação e consequentemente à saúde.
Um ponto importante foi a aplicação da lei dos 60 dias para início do tratamento do paciente com câncer, sobretudo em locais mais remotos, onde a lei ainda não é aplicada integralmente. Nesse sentido também foi debatido a importância do treinamento dos profissionais da saúde para cumprimento dos prazos legais, dando mais agilidade aos tratamentos.
Foi discutida a importância da incorporação de novas tecnologias que possibilitem tratamentos precoces e adequados, gerando economia a longo prazo, pois o avanço da doença exige tratamentos muito mais caros.
Por último, foi lembrada a desigualdade presente no SUS onde o acesso à saúde nas regiões Norte e Nordeste é muito mais restrita do que nas regiões Sul e Sudeste.
DIRETRIZ
Fortalecer os espaços de participação social para pacientes oncológicos, possibilitando que as suas experiências sejam consideradas como fatores de relevância para a tomada de decisão sobre políticas públicas em saúde.
PROPOSTAS
– Abertura de postos de saúde em horários alternativos, permitindo a quem trabalha em horário comercial o acesso ao serviço de saúde.
– Garantir que os conselhos estaduais/municipais tenham pelo menos 1 vaga para instituições filantrópicas que atuem com a causa do câncer.
– Ampliar o número de audiências públicas que tratem de temas sobre câncer.
– Organização e centralização de informações de interesse do paciente com câncer em plataforma online de fácil acesso e consulta, como por exemplo, disponibilização de medicamentos, procedimentos e demais direitos do paciente.
– Capacitar profissionais de saúde da Atenção Básica na temática do câncer, permitindo-os identificar e atender as especificidades desse tipo de paciente e garantindo uma navegação efetiva dentro do sistema de saúde.
Por Mayara Figueiredo Viana
Mayara é publicitária com 10 anos de atuação na saúde, especialista em comunicação estratégica na Colabore com o Futuro