O debate pelo fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), realizado nesta quinta-feira (07/02) durante a 11ª Bienal da União Nacional dos Estudantes (UNE), lotou o auditório da Faculdade de Farmácia na Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador.
Estudantes dos cursos de Engenharia, Museologia, Naturopatia, Serviço Social, Desenvolvimento de Sistemas, Educação Física e diversas outras áreas de atuação se reuniram com o objetivo de conhecer as demandas e defender o sistema que atende toda a população em território brasileiro.
Ao fazer uma análise sobre a trajetória do SUS, durante a mesa temática “30 anos de SUS: em defesa da saúde pública no Brasil”, o palestrante Maurício Barreto, que preside o Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs) da Fiocruz Bahia, definiu a saúde como um conjunto de ações de proteção, que envolvem a vigilância em saúde, a rede de transplantes, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e a Assistência Farmacêutica.

Ele ainda destacou a Atenção Básica e a Saúde da Família como programas de referência para outros países e o sistema de imunização, que permite que todas as crianças brasileiras sejam vacinadas. “Isso não foi linear, mas fruto de um processo político que andou com ‘idas e vindas’ e que precisamos defender”, analisa Barreto.
A ideia de que o conceito de saúde está além da doença, uma vez que ela é determinada pelas condições sociais que impactam na vida das pessoas, também foi consenso entre os participantes. “Eu nasci com o SUS e não consigo imaginar o que seríamos sem ele”, afirmou a presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Pernambuco, Ludmila Outtes.
Para ela, a garantia de saúde pública e de qualidade para todos os brasileiros está cada vez mais comprometida diante da Emenda Constitucional 95/2016, aprovada pelo Congresso Nacional em 2016, que congelou os investimentos à saúde pública até o ano 2036. “Como termos um SUS universal dessa maneira?”, questiona Ludmila ao enfatizar que o papel da juventude é ocupar os mais diferentes espaços, para defender o SUS e pela construção de uma sociedade igualitária.

Nesse sentido, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) está colhendo assinaturas pela revogação da EC 95 e pela garantia de investimentos em uma das maiores políticas públicas do mundo, garantida na Constituição Federal brasileira. “Precisamos recuperar o espírito da Constituição de 88, porque o SUS representa um projeto civilizatório, um projeto de defender todas as vidas”, finaliza a professora da Universidade Federal de São João Del Rey (UFSJ) Ana Pimentel.
Assine em defesa de mais financiamento para a Saúde
A 11ª Bienal da UNE se encerrará no domingo (10/02). Na sexta-feira (08/02) o CNS lançará no evento a 16ª Conferência Nacional de Saúde (8ª + 8), que será realizada de 4 a 7 de agosto, em Brasília.
Fonte: Conselho Nacional de Saúde
O SUS está presente em nossa vida, ,mas a maioria das pessoas não se deram contam, por não usarem para consultas e exames. Vai além disso modelo que realmente contempla universalidade, equidade e igualdade. Pena que faltam recursos para que ele seja aplicado na sua integralidade. Mas é um sistema que já deu certo reconhecido por muitos países. Falta o Brasil entender sua importância.