O objetivo é criar um movimento amplo, com base em evidências científicas e respeito à Saúde, para enfrentar a pandemia
O Conselho Nacional de Saúde (cns) se uniu a nove representações da sociedade civil das áreas da Saúde, Ciência, Tecnologia, Comunicação, Educação e Políticas Públicas e lançou, nesta sexta-feira (29/05), a Frente pela Vida. O objetivo é criar um movimento amplo, com base em evidências científicas e respeito à Saúde da população brasileira, para enfrentar a pandemia da Covid-19.
Diante da grave crise sanitária, social, política e econômica instalada no Brasil, a frente resgata valores fundamentais para enfrentar a pandemia. Dentre eles vida, saúde, solidariedade, meio ambiente, democracia, ciência e educação. No lançamento, as entidades anunciaram uma marcha virtual, que será realizada no dia 9 de junho, o Dia “V”, com atividades pela manhã, twitaço às 12h e uma conferência virtual no período da tarde.
Durante o lançamento, as entidades fizeram a leitura de um manifesto que aponta a gravidade da pandemia no país e apresenta os seis pilares que sustentam a frente. Um dos destaque do texto é que as medidas de prevenção e controle do Novo Coronavírus devem ser estabelecidas com base científica e rigorosamente seguidas a partir de planejamento articulado entre os governos federal, estadual e municipal.
O Brasil é considerado o epicentro da pandemia da América Latina, com 438.238 casos confirmados e 26.754 mortes, segundo dados oficiais publicados em 28 de maio, o que não inclui as subnotificações. Mesmo diante do crescimento diário de casos e óbitos, o governo sinaliza para a flexibilização da quarentena e reabertura de comércios e shoppings. O ponto de partida da frente se origina na redação do Pacto pela Vida e pelo Brasil, lançado em 7 de abril e endossado por mais de 100 entidades, que afirma: “É hora de entrar em cena no Brasil o coro dos lúcidos”.
“Contra os projetos de morte, temos que salvar vidas”, avisa o presidente do CNS, Fernando Pigatto. “O Conselho Nacional de Saúde nunca deixou de fazer sua parte para defender o povo brasileiro, vamos seguir os valores nobres desta Frente pela Vida e a missão que nos move. Estamos aqui somando esforços, conforme nossa carta aberta em defesa da vida, da democracia e do SUS”, completa.
O coletivo frisou a defesa da Sistema Único de Saúde (SUS), como patrimônio da sociedade brasileira e instrumento fundamental para preservar vidas, além do respeito à democracia e à Constituição para proporcionar condições dignas de vida a todo. Os temas estão entre os pilares da Frente pela Vida.
“Queremos que essa frente mostre para a sociedade que o nosso compromisso é com a vida, com a democracia e com um mundo melhor para todos. Temos que impedir que o número de mortes aumente ainda mais, para isso precisamos seguir o caminho que a ciência vem nos mostrando e precisamos fortalecer o SUS para que ele tenha condição de atender aqueles que necessitam de assistência”, afirma a presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Gulnar Azevedo, que também integra a frente.
Além do CNS e da Abrasco também fazem parte da Frente pela Vida a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o Centro Brasileiro de Estudos da Saúde (Cebes), a Sociedade Brasileira de Bioética (SBB), a Rede Unida, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI).
Ascom CNS