Na quinta-feira (28/04), aconteceu a Assembleia de Convergência da Saúde: Em Defesa da Vida, da Democracia e do SUS Público, Universal, Inclusivo e Resolutivo. O evento, que integrou a programação do Fórum Social das Resistências 2022, ocorreu na Câmara Municipal de Porto Alegre e foi fruto de organização coletiva entre o Conselho Nacional de Saúde (CNS), o Conselho Estadual de Saúde (CES) do Rio Grande do Sul, Conselho Municipal de Saúde (CMS) de Porto Alegre, Associação de Vítimas e Familiares de Vítimas da Covid-19 (Avico) e Associação Vida e Justiça.
A assembleia foi transmitida pelas redes sociais do CNS e iniciou após a comovente mística de abertura, que reuniu corações ardendo à espera deste encontro presencial. Com uma atenção particular às pessoas com deficiência, o evento contou com interpretação para Linguagem Brasileira de Sinais (Libras) e todos presentes que realizaram manifestações começaram suas falas com descrições visuais.
O presidente do CNS, Fernando Pigatto, salientou a importância da construção coletiva do evento e pediu um minuto de silêncio em consideração às vítimas da Covid-19. “Precisamos sempre e cada vez mais reforçar os símbolos de nossas lutas. Na própria mesa do evento, pudemos observar esses símbolos representados pelos diretores que reunimos, representantes das mais diversas categorias e segmentos” afirmou.
Para Pigatto, é preciso transformar o resultado da Assembleia de Convergência em realidade, para que a defesa do SUS seja algo concreto para a vida das pessoas no seu dia a dia. Nosso Sistema Único de Saúde continua ameaçado e por isso precisamos seguir reforçando a nossa luta para transformar a realidade das pessoas”, concluiu.
O evento contou com uma grande participação social. Mesmo acamado, devido à internação pela Covid-19, o presidente do CES-RS, Cláudio Augustin, fez questão de estar ao vivo online. Em sua manifestação, ele disse que a pandemia revelou o pesadelo da crise estrutural que nos atravessa. “Tive um sonho que conseguiremos uma reconstrução do Sistema Único de Saúde com assistência a todos os brasileiros, um novo mundo é possível”, avisou emocionado ao encerrar sua participação.
O deputado estadual Edegar Pretto lamentou em sua fala a ausência de um poder público ativo, participativo e social. “Precisamos ter de novo um estado que, primeiramente, se preocupe com as pessoas e que tenha na Saúde, outra vez, uma ação prioritária. Não vivemos no passado, mas temos um legado importante de políticas públicas que construímos, e se hoje vemos o SUS quase sucumbir, sabemos que ele resistiu pela nossa força e mobilização”, afirmou.
Para a conselheira nacional de saúde e representante da Frente Pela Vida, Lúcia Souto, essa assembleia ocorre em um momento crucial para nossa história. “Vivemos uma crise sanitária sem precedentes, atravessada por uma crise climática extrema, que revela um fracasso do projeto capitalista predatório, que só enriquece uma parcela muito pequena das pessoas”, avaliou Lúcia.
Também compuseram a mesa debatedora a vice-presidente do CES-RS, Inara Beatriz Amaral Ruas, o presidente da Organização Nacional de Cegos do Brasil, Beto Pereira, o Cacique Odirlei Kaingang Fidelis, da aldeia Vãnka (POA), a conselheira nacional de saúde pela União de Negras e Negros pela Igualdade, Conceição Silva; a ativista trans e integrante do Comitê Técnico Estadual de Saúde LGBT e do Coletivo Transfeminista, Sophie Nouveau e a coordenadora do CMS de Porto Alegre, Tiana de Jesus.
Fernanda Guedes