A diversidade na 2ª Conferência Nacional de Saúde das Mulheres (2ª CNSMu), realizada pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), chama atenção. Dentre os segmentos, as mulheres com deficiência são exemplos de participação e luta, mesmo diante das dificuldades na comunicação. As irmãs Camila e Cláudia Indalécio são delegadas surdo-cegas de São Paulo e participam ativamente do evento, por meio de intérpretes.
A tradução de todos os momentos em que elas participam acontece através da Língua Brasileira de Sinais Tátil (Libras-tátil). A metodologia consiste no toque das delegadas sobre as mãos do intérprete, que traduz as falas do português para a Libras. A outra forma de comunicação utilizada chama-se Tadoma, que é uma espécie de leitura labial tátil. O intérprete repete tudo o que for necessário, enquanto as irmãs tateiam os lábios do profissional.
A conferência conta com uma equipe de intérpretes diariamente, atendendo todas as participantes com necessidades especiais. Já durante a inscrição, as delegadas indicaram quais as demandas necessárias para que participassem do evento na sua integralidade. “Estamos aqui para garantir acessibilidade às mulheres com deficiência. Desde São Paulo encontramos muitas barreiras”, disse Cláudia.
A delegada também afirmou que, além dos intérpretes, é importante que, em eventos públicos, hajam materiais em braile e audiodescrição para as pessoas cegas que não se comunicam através da Libras-tátil. A 2ªCNSMu acontece até amanhã, reunindo 1800 mulheres de todos os estados brasileiros. Juntas, elas propõem diretrizes para a Política Nacional de Saúde Integral das Mulheres, que deve nortear municípios, estados e a união.
Ascom CNS