Uma agenda de resistência em defesa das políticas de saúde e do controle social vem sendo construída pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), que vai participar do Fórum Social Mundial, marcado para ocorrer de 13 a 17 de março na capital baiana. Para planejar essas ações, o CNS esteve reunido na última quinta (18/01) ao lado de representantes do Conselho Municipal de Saúde (CMS) de Salvador, do Conselho Estadual de Saúde da Bahia (CES), da Secretaria Estadual da Saúde da Bahia (Sesab) e da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
O Fórum Social Mundial é um evento internacional organizado por diversas entidades sociais com o objetivo de traçar estratégias para o desenvolvimento global. Diante dos recentes retrocessos que o Sistema Único de Saúde (SUS), a participação social e a democracia vêm sofrendo, desenvolver atividades de formação e promoção das pautas do CNS se tornou fundamental para os direitos da população. O presidente do CNS, Ronald dos Santos, evidenciou as ações de 2018 para enfrentar os retrocessos.
Entre elas a Semana da Saúde 2018 (2 a 8/04), o Congresso Internacional Rede Unida (30/05 a 2/06), o Congresso de Saúde Coletiva – Abrasco (26 a 29/07) e as eleições presidenciais de 2018. “Precisamos dos gestores como parceiros dessas agendas, dialogando com as diferentes forças que vão disputar as eleições, defendendo uma política de estado e não partidária”, frisou.
Ricardo Dias Mendonça, presidente do CES, solicitou que a Sesab fomente a participação social e se comprometa com o financiamento do SUS, distribuindo o investimento para as áreas de forma coerente, ainda que o Ministério da Saúde tenha mudado a regra recentemente, flexibilizando a gestão dos recursos do SUS. Cherry Almeida, presidenta do CMS solicitou ao secretário apoio para formação no controle social para os municípios.
O secretário estadual de saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, frisou a grandiosidade do SUS em relação a outros países, disponibilizando-se a prestar total apoio ao fórum. Sobre os repasses do SUS, ele garantiu que o dinheiro será investido por áreas e com responsabilidade. “Nosso SUS é jovem, mas é o mais amplo do mundo. Sou um entusiasta do controle social na saúde. É a forma mais correta de oferecer o serviço à população”, disse.
UFBA em defesa da Saúde
Nesta edição do evento, as atividades vão acontecer em vários espaços da UFBA. Por isso, o CNS também se reuniu com o vice-reitor da universidade, Paulo César Miguez de Oliveira, que evidenciou os benefícios para a instituição em realizar o evento. “Estamos acolhendo o Fórum Social Mundial também porque a presença do evento ajuda muito no desenvolvimento de nossas pesquisas”, frisou. Segundo ele, a UFBA já vem desenvolvendo um projeto de extensão sobre o fórum.
A conselheira nacional de saúde, Nelcy Ferreira, felicita que a UFBA esteja engajada na agenda de desenvolvimento. “É empolgante ver a universidade abraçando a causa. Nosso fórum precisa ter desdobramentos”. Geordeci Menezes, também conselheiro nacional, explica que o fórum será um espaço com atividades que vão apontar para a construção da 16ª Conferência Nacional de Saúde, agendada para o próximo ano. “Vamos chegar em 2019 com um amplo debate construído e enfrentar os ataques ao SUS e à democracia”.
“O que vivemos hoje no Brasil não está isolado do que acontece no restante mundo. É importante um evento internacional para mostrar para o mundo a nossa situação”, disse Luis Eugênio de Souza, coordenador da Pós-Graduação em Saúde Coletiva da UFBA. Até a data do evento, o CNS divulgará uma programação com palestras, formações e rodas de conversa sobre o tema. O Fórum Social Mundial 2018 é aberto ao público. As inscrições acontecem em www.wsf2018.org
Ascom CNS