Estudantes, pesquisadores e profissionais da área de saúde estão reunidos nesta sexta-feira (19) na I Conferência Livre Nacional de Cuidados Paliativos, realizada em Marabá, sudeste do Estado. O evento é híbrido, podendo ser acompanhado online ou presencialmente no auditório da Faculdade de Ciências Médicas do Pará, na Folha 32. O tema é: “Cuidados paliativos: um direito humano – políticas públicas, já”.
“Falar em cuidados paliativos é falar em cuidado digno a crianças, adultos e idosos, que portam qualquer doença que ameace a vida, que estão submetidos a um sofrimento grave em qualquer momento dessa doença”, explica a médica paliativista Lorena Agrizzi, ressaltando que o termo ‘paciente terminal’ caiu em desuso na medicina. “Existem diversas formas de se referir a esse estágio, porque o processo de morte gera um tabu e, como as pessoas não sabem como cuidar da morte, elas acabam evitando falar, mas isso é pior”.
O evento faz parte da preparação para a 17ª Conferência Nacional de Saúde (CNS), que terá como tema “Garantir Direitos e Defender o SUS, a Vida e a Democracia – Amanhã Vai Ser Outro Dia” e ocorrerá em Brasília, de 2 a 5 de julho de 2023. “A proposta dessa conferência é trazer este tema para a comunidade, através de uma política nacional de cuidados paliativos. Sobretudo discutindo esse tema com a comunidade acadêmica, estudantes que ainda estão se formando enquanto médicos. Porque falar de cuidados paliativos é falar da vida”.
Para a enfermeira Maclean Campelo, que atuam há 23 anos na rede municipal, os cuidados paliativos são essenciais para o desempenho das suas funções como Agente Comunitária de Saúde. “Esse tema é fundamental para o cuidado com a pessoa idosa, que é uma população que só vem aumentando que requer cada vez mais cuidados. Não só com o paciente, mas com a família. É um atendimento que precisa ser amplo e com atenção também a todos que cercam idoso”
Já o estudante Aynieri Soares, do curso de graduação de Medicina da Universidade do Estado do Pará (Uepa), essa é uma oportunidade de sugerir melhorias nas políticas públicas ligadas ao tema. “O evento por si só já é interessante. Poder participar de uma conferência é ter a chance de contribuir com um espaço de deliberação, de participação social, de onde saem propostas para melhorar o nosso sistema de saúde. E, sobretudo, em relação a um tema que costuma ser muito negligenciado, que são os cuidados paliativos”, analisa o estudante.