O presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Fernando Pigatto, participou, nesta terça (30/11), da cerimônia de abertura do 9º Encontro da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (Renastão). O evento híbrido tem como tema central “Perspectivas e desafios da Vigilância de Ambientes e Processos de Trabalho no Sistema Único de Saúde”. O encontro é disponível apenas para inscritos, em ambiente interno, por meio do site oficial.
O encontro reúne profissionais, técnicos e gestores da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (Renast) e dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), além de representantes do Controle Social na Saúde, para discutir a estruturação das ações de vigilância de ambientes e processos de trabalho e as estratégias e perspectivas para assegurar a consolidação da área no SUS.
Após traçar um panorama histórico sobre as Conferências Nacionais de Saúde dos Trabalhadores, desde 1986, e da 1ª Conferência Nacional de Vigilância em Saúde, realizada em 2018, Pigatto apresentou as últimas ações do Conselho sobre o tema.
Entre elas, o Projeto de Formação de Atores Multiplicadores para Atuação do Controle Social em Saúde do Trabalhador, realizado em parceria com o Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes de Trabalho (Diesat), e a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), que capacitou neste ano mais de 2.300 pessoas de todos os estados brasileiros em oficinas virtuais sobre o tema.
Durante o período de grande adversidade enfrentado pelos brasileiros, com inúmeros retrocessos à classe trabalhadora, o CNS também promoveu a campanha Proteger o Trabalhador e a Trabalhadora é Proteger o Brasil, para compartilhar experiências e dar visibilidade ao trabalho dos profissionais de saúde que estão no enfrentamento à pandemia.
“Ainda é um desafio muito grande que temos pela frente, mas não podemos parar de falar sobre isto e nem baixar a guarda. Precisamos continuar vigilantes para conseguirmos virar essa página da nossa história”, afirma Pigatto.
Para a diretora do Departamento de Saúde Ambiental, do Trabalhador e Vigilância das Emergências em Saúde Pública (DSASTE) do Ministério da Saúde, Daniela Buosi, apesar de todas as dificuldades, ficou comprovado na pandemia a importância do SUS para a população brasileira. “O SUS é para todos e não escolhe quem vai atender e quem vai apoiar. Ainda teremos meses difíceis, mas estamos preparados de forma diferente para essa próxima onda, graças ao SUS”, avalia.
“Vivemos um período tão difícil, mas podemos tirar boas lições disso. Sabemos que a Constituição de 1988 deve ser defendida com muita garra, assim como o SUS”, completa a representante do Ministério Público do Trabalho (MPT) Márcia Kamei.
Ruth Cavalcanti Guilherme, coordenadora-adjunta da Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador e da Trablhadora (Cistt) do CNS, representante da Associação Brasileira de Nutrição (Asbran); e Jacildo de Siqueira Pinho, coordenador da Cistt e conselheiro representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar no Brasil (Contraf) também participaram do evento.
O 9º Renastão é promovido pela Coordenação Geral de Saúde do Trabalhador, do DSASTE. O encontro conta com 2 mil inscritos e se encerrará na quinta-feira (2/12). Para mais informações acesse www.renastao2021.com.br.
Para o assessor técnico do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Nereu Mansano, a realização deste evento, no contexto atual, é uma vitória. “Estarmos aqui falando de saúde do trabalhador nos prova que ela está viva. A vigilância dos ambientes e processos de trabalho é fundamental. Dar destaque a esse processo é extremamente importante”, avalia.
O que é a Renast?
A Renast é uma rede desenvolvida de forma articulada entre o Ministério da Saúde, as secretarias de saúde dos municípios, estados e do Distrito Federal e tem como estratégia a garantia da atenção integral à saúde dos trabalhadores.
Saiba mais
Diversas ações para a população trabalhadora foram priorizadas pelo Conselho em tempos de pandemia. Em maio de 2020, o CNS aprovou recomendação para que o Ministério da Saúde e o Ministério da Economia promovessem maior transparência na disponibilização atualizada dos dados estatísticos sobre morbimortalidade entre os trabalhadores. O documento também pediu a ampla e adequada divulgação tanto dos agravos em saúde quanto de doença ou morte no exercício da função laboral em razão do Covid-19.
Em maio do ano seguinte, o controle social na Saúde aprovou nova recomendação para que o Ministério da Saúde acelerasse a vacinação de trabalhadores e trabalhadoras da saúde, independentemente de seu setor de trabalho, dentre outras inúmeras medidas voltadas ao Executivo e Legislativo.
Ascom CNS