O canal do Youtube do Portal da Inovação na Gestão do SUS transmitiu nesta terça-feira (17/08) a oficina virtual “Ações dos Conselhos de Saúde no contexto da pandemia de Covid-19”. O evento promoveu o debate e o intercâmbio de experiências identificadas pelo Laboratório de Inovação em Saúde (LIS), instituído pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) e pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Um dos principais objetivos do evento foi demonstrar que a pandemia de Covid-19 impôs aos conselhos de Saúde do SUS uma nova forma de participação e controle social. A preocupação em manter as atividades, especialmente, durante a resposta do setor saúde à pandemia de Covid-19, fez com que as ferramentas de comunicação virtual passassem a fazer parte da rotina dos conselheiros. A preocupação de fortalecer a articulação e a formação de rede entre diversos atores da sociedade, durante a Covid-19, despertou novas possibilidades de atuação dos conselhos de saúde.
O moderador da oficina e conselheiro nacional de saúde e membro da Mesa Diretora do CNS, Neilton de Oliveira, destacou o papel dos atores da sociedade. A oficina virtual deu início ao intercâmbio de experiências do LIS, que reconhece práticas e projetos de participação social no enfrentamento da Covid-19, especialmente aquelas que têm articulação direta dos Conselhos de Saúde.
“A responsabilidade na pandemia é de todos, de maneira muito particular dos governos e gestores, embora ainda tenha uma desarticulação grande no enfrentamento da Covid-19. Os trabalhadores da Saúde, as universidades, as instituições em geral, a sociedade como um todo, cada um tem uma parte importante na superação desta crise sanitária mundial”, apontou Oliveira.
Participaram práticas no âmbito do controle e participação social no SUS dos estados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás e do Distrito Federal. Para Mónica Padilla, coordenadora da Unidade Técnica de Sistemas e Serviços de Saúde da Opas no Brasil, as experiências mostraram a diversidade de formas de participação social.
“As possibilidades de reforçar a rede, refletir sobre os recursos, a melhor forma de comunicar e o impacto da tecnologia têm gerado uma mudança imensa nas formas de participação”, ressaltou Padilla.
“Precisamos destacar a pró-atividade de uma atuação fora da moldura, os conselhos não estão satisfeitos, estão tentando fugir do hábito e isso é muito bom. A educação está entrando em cena fortemente com formação de lideranças, o que é muito importante na participação social”, pontuou Flávio Goulart, coordenador do LIS.
Experiências inovadoras
Ederson da Silva, expositor da experiência Plenárias Regionais do Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais, vice-presidente do Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais, pontuou que as plenárias virtuais realizadas foram muito importantes para o enfrentamento da pandemia na região.
“Elas estavam previstas para ocorrerem presencialmente, com o intuito de articular os conselhos municipais para fortalecer, criar experiência e discutir assuntos e necessidades das regiões. Em virtude da pandemia, incentivamos as plenárias virtuais e reuniões online para ampliar o debate nas regiões”, disse.
Thayná Carvalho, residente em Gestão em Saúde na Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul e atuante no Conselho Estadual de Saúde RS, falou sobre a experiência Pandemizando o controle social, a Comissão de Educação Permanente como articulação e fortalecimento do SUS:
“O trabalho foi constituído por um coletivo composto por vários integrantes que representam entidades. Com a pandemia, a comissão voltou às discussões totalmente para o enfrentamento da Covid-19, de forma online. O objetivo foi promover espaços de escuta aos conselheiros de Saúde de articulação e deliberação entre os diversos agentes em controle social no estado e, com isso, fortalecer o papel da educação permanente na participação social no SUS, assim como, acompanhar a atualização da pandemia e as ações dos municípios no contexto da Covid-19”, disse.
A autora da experiência Ponto de equilíbrio – Educação Permanente para o Controle Social no SUS, Fabiana dos Santos, assessora técnica do Conselho Estadual de Saúde de Goiás, explicou que o nome do projeto vem do anseio de conquistar o equilíbrio da informação, do processo, da assistência e do fortalecimento no SUS.
“Existe uma necessidade das pessoas de Goiás de conhecerem mais sobre o controle social, a ideia é que elas se sintam também responsáveis pela busca do conhecimento, a educação permanente está em todos os espaços, mas ainda está muito enraizada na prática, extraímos essa ideia para o contexto virtual. Esbarramos com dificuldades, mas as oficinas já estão todas agendadas”, explicou Fabiana dos Santos.
Para finalizar a roda de exposições, Jeovânia Rodrigues, presidente do Conselho de Saúde do DF e autora da experiência Ação Conjunta Covid 19 – Uma experiência de cooperação interinstitucional no DF, apresentou os resultados das visitas fiscalizatórias realizadas em 2020 pelo Conselho de Saúde do DF e outras instituições parceiras em hospitais e outros ambientes com alto risco de contágio de Covid-19.
“As visitas possibilitaram a confecção de relatórios robustos e elementos propositivos aos gestores de saúde do DF, assim como, análise crítica da situação, com a divulgação aos outros órgãos de controle, poderes instituídos e sociedade”. Segundo a presidente, a experiência é exitosa, pois potencializa a intervenção nas condições de saúde, proporcionando melhorias, sendo uma inovação no campo do controle social.
Foto: CNS/Dia Mundial da Saúde 2021
Ascom CNS