O Conselho Nacional de Saúde (CNS) publicou nesta quinta (4/11) Nota Técnica com análise sobre a cobertura vacinal contra a Covid-19 no Brasil. Apesar da redução no número de óbitos diários, a taxa de habitantes vacinados com a primeira e segunda doses ainda é considerada baixa, em especial entre as populações mais vulnerabilizadas. As informações contidas na nota são até 19 de outubro de 2021.
Os dados analisados demonstram que, embora 71,21% da população geral esteja vacinada com a Dose 1, que equivale a 85,30% da população vacinável acima de 12 anos, até o momento, a cobertura vacinal do esquema completo ainda está em 50,64% da população geral, que equivale a aproximadamente 60,66% da população vacinável acima de 12 anos.
Populações vulnerabilizadas
Conforme indica o documento, populações quilombolas tanto com a Dose 1 (48%) quanto com o esquema vacinal completo (41%) está abaixo da cobertura total. Já entre populações indígenas (aldeados, urbanos e acampados), 73% dos indígenas aldeados já receberam a 2ª dose ou a dose única da vacina.
Porém, como o plano nacional não contempla indígenas urbanos e acampados, não estão disponíveis os dados de quantos desses indígenas estão vacinados. A vacinação das populações ribeirinhas (campos, águas e florestas) também estão abaixo da média nacional. A 2ª dose ou dose única está em 35%. Os povos ciganos sequer aparecem incluídos no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação e não foram encontrados dados estratificados para essa população.
O Plano Nacional contemplou as pessoas com deficiência permanente, estimadas em 7.749.058, das quais apenas 9% receberam a 2ª dose ou a dose única. Além disso, a população estimada pelo Plano pode estar subestimada, na medida em que um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado em 26/08/2021, aponta que 8,4% da população brasileira acima de 2 anos – o que representa 17,3 milhões de pessoas – têm algum tipo de deficiência.
Saiba mais
A Nota Técnica do CNS foi elaborada pela Comissão Intersetorial de Vigilância em Saúde, do Conselho Nacional de Saúde (Civs/CNS), e avaliada pelo Comitê CNS de Acompanhamento à Pandemia da Covid-19.
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Ascom CNS