A necessidade da inclusão do Sistema Único de Saúde (SUS) na formação escolar e universitária foi a constatação, na quarta-feira (20), de uma das mesas de discussão da 1ª Conferência Nacional Livre de Comunicação em Saúde (CNLCS), em Brasília. O evento teve como objetivo discutir estratégias de democratização do acesso a informações sobre o SUS.
A mesa intitulada “O SUS na sala de aula” teve como mediadora a conselheira nacional de Saúde, Priscilla Viégas. As debatedoras foram a jornalista Renata Mielli, do Fórum Nacional para a Democratização da Comunicação (FNDC), e a historiadora e pedagoga Conceição Oliveira, assessora da Secretaria Nacional de Formação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e também responsável pelo blog da Maria Frô.
“Existem algumas iniciativas isoladas, mas levar o SUS para as salas de aula não é uma política de Estado”, afirmou Renata Mielli, ao defender a inclusão do ensino sobre o sistema público de saúde nas diretrizes curriculares nacionais. Segundo ela, esse desinteresse deve aumentar por conta do avanço de políticas neoliberais que priorizam a profissionalização em detrimento da formação cidadã.
Conceição Oliveira, por sua vez, destacou que o desconhecimento sobre o amplo rol de ações e serviços do SUS está na origem da forma preconceituosa com que o sistema público de saúde é tratado pela mídia e pela própria população. “Ninguém defende o que não conhece”, disse.
Após os debates, foi a vez do público participante se manifestar. As falas foram unânimes ao constatar o desinteresse do próprio Estado em levar para as escolas e universidades conhecimentos sobre o SUS e outras importantes políticas públicas.
Jorge Vasconcellos
Assessoria CNS