O direito saúde dos idosos foi o mais desafiado pela Covid-19, de acordo com o relatório “Denúncia de Violações dos Direitos à Vida e à Saúde no contexto da pandemia da covid-19 no Brasil”, assinado pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) e outras entidades.
O documento aponta que o fato de parte considerável da população idosa possuir uma ou mais doenças crônicas não transmissíveis, tais como hipertensão arterial, diabetes, asma, doença pulmonar obstrutiva crônica auxiliou nesta quadro de vulnerabilidade. Outro destaque também se dá ao distanciamento social que, embora seja fundamental para a redução da transmissão da Covid-19, limita o acesso dos idosos aos serviços de saúde para o acompanhamento regular, o que pode agravar ou descompensar condições clínicas preexistentes.
Além das dificuldades de acesso aos serviços de saúde, a pandemia pode colocar pessoas idosas em maior risco de pobreza, perda de suporte social, trauma de estigma, discriminação e isolamento.
“Idosos morando sozinhos podem precisar de ajuda para adquirir alimentos, suporte afetivo, econômico, cuidados à saúde e outros elementos. Idosos que moram com outras pessoas correm o risco de serem contagiados por integrantes do lar que mantenham contato com o exterior”, afirma o documento.
Diante das dificuldades, uma das medidas apontadas pelo relatório é identificar e atender, o mais cedo possível, na pandemia, aos idosos que moram sozinhos. No Brasil, os agentes comunitários de saúde (ACS) da Estratégia Saúde da Família têm um papel importante na identificação e no acompanhamento de idosos sozinhos e com necessidade de suporte.
O relatório será protocolado em órgãos internacionais ao longo das próximas semanas. O trabalho técnico é uma iniciativa da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH) em conjunto com a Associação Mineira de Desenvolvimento Humano (AMDH) e o Fórum Nacional de Defesa do Direito Humano à Saúde, com apoio do CNS e CNDH.
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Ascom CNS