O relatório final do evento vai gerar subsídios para a elaboração do Plano Plurianual 2020- 2023 e do Plano Nacional de Saúde
A cerimônia de abertura da 16ª Conferência Nacional de Saúde (8ª+8), realizada neste domingo (4/08), reuniu milhares de pessoas no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, em Brasília. Entre o público, estavam profissionais de saúde, gestores(as), usuários(as), pesquisadores(as), além de diversos ativistas do Sistema Único de Saúde (SUS). Todos e todas em defesa da maior política social do mundo.
Ao abrir oficialmente o evento, o presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Fernando Pigatto, convocou a plenária para um debate onde a escuta seja exercida e as diferenças políticas sejam respeitadas. “Nós construímos esta conferência de forma unitária. A representação que hoje está aqui na mesa contribuiu de forma decisiva para este evento. Por isso, temos que celebrar juntos todas as diferenças que existem entre nós. Essa é a verdadeira democracia que pregamos”, afirmou.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, também esteve presente na mesa de abertura e desejou ao público um evento proveitoso, que seja capaz de tornar o sistema de saúde brasileiro cada vez mais íntegro, equânime e solidário. “Estamos aqui para desejar que esta conferência seja um marco histórico e que façam um bom debate”.
Coordenador adjunto da 16ª Conferência, Ronald Ferreira dos Santos pontuou que a construção do SUS, desde sua concepção na 8ª Conferência, em 1986, é reconhecida mundialmente. “No Cazaquistão, onde mais de 190 países discutiam os 40 anos de Alma-Ata em 2018, todos os cinco continentes colocaram como referência de processo civilizatório o SUS brasileiro. Portanto, o que discutimos aqui é o nosso processo civilizatório”, discursou.
A representante da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS) no Brasil, Socorro Gross, destacou que o tema desta edição, “Democracia e Saúde” “Além de ser um dos maiores, mais complexos e mais invejados sistemas públicos de saúde do mundo, o SUS tem raízes em valores e princípios intrinsecamente ligados ao que representa a democracia: a proteção dos direitos humanos fundamentais”.
Gross disse ainda que o SUS não é apenas uma conquista para o Brasil, mas para todas as Américas. “O SUS é a concretização do direito da população brasileira a ter uma vida melhor, mais justa, mais digna, mais feliz”, afirmou, reiterando que ele é resultado de um importante processo democrático, que reconhece que todas e todos podem realizar o seu direito ao mais alto padrão possível de saúde, como preconiza a OMS.
Willames Freire, presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), afirmou que o SUS é o maior sistema de inclusão social do mundo. “Nosso compromisso é com um sistema de saúde equânime, que atenda todos os brasileiros de forma integral. Nós fazemos saúde pública com paixão, determinação, ousadia e perspicácia, mas, acima de tudo, com batalha, luta e perseverança”.
Por sua vez, Alberto Beltrame, presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), afirmou que a 16ª Conferência é uma “verdadeira consagração da democracia, da participação popular, do controle social e da formulação das políticas públicas de saúde do país”. Para ele, o direito à saúde e o direito à vida são absolutos e não podem ser relativizados.
Titular da Subcomissão Permanente da Saúde na Câmara dos Deputados, a parlamentar Carmem Zanotto (Cidadania – SC) desejou que a 16ª Conferência resgate os princípios do SUS e reiterou a necessidade de mais recursos financeiros para fazer frente às demandas cotidianas do sistema de saúde.
Sobre a 16ª Conferência
A 16ª Conferência Nacional de Saúde (8ª+8) é organizada pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) e realizada pelo Ministério da Saúde (MS). Considerada o maior espaço de participação social do Brasil, o evento reúne mais de cinco mil pessoas de todo o país para propor melhorias ao Sistema Único de Saúde (SUS), sendo um resgate à 8ª Conferência, realizada em 1986, responsável por definir as bases para construção do SUS na Constituição de 1988. O relatório final do evento vai gerar subsídios para a elaboração do Plano Plurianual 2020- 2023 e do Plano Nacional de Saúde.
Ascom CNS