As principais barreiras que o portador da doença celíaca enfrenta para chegar ao diagnóstico, assim como o acesso aos alimentos seguros e adequados, foram temas de destaque no II Congresso Cearense de Doença Celíaca. O evento ocorreu na sexta-feira (3), em Fortaleza, e reuniu conselheiros nacionais de saúde, associações e grupos de celíacos de diferentes estados.
Em setembro de 2009, foi publicado no Diário Oficial da União o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Doença Celíaca no Sistema Único de Saúde (SUS). O documento estabelece diretrizes claras para detecção e acompanhamento da doença celíaca e garante a realização gratuita de exame específico para seu diagnóstico no sistema público de saúde. Entretanto, muitos gestores desconhecem esse protocolo e os exames necessários para o diagnóstico não são disponibilizados em muitos locais. Estima-se que o diagnóstico para doença celíaca em adultos pode demorar de 5 a 10 anos no Brasil.
Para o presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Ronald Santos, o congresso provocou uma maior visibilidade e preocupação da sociedade com os portadores da intolerância ao glúten, os celíacos. “É um momento muito importante de luta por melhores condições de vida para população celíaca brasileira. Com uma ação conjunta, políticas públicas relacionadas ao tema poderão ser aplicadas para enfrentarmos esse problema que afeta milhares de pessoas”, disse.
A vice-presidente da Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil (Fenacelbra), a conselheira Cleoneide Pinheiro, falou sobre a importância do controle social relacionado ao tema. “O diagnóstico precoce é de extrema importância para o tratamento. Os exames e os alimentos são de alto custo. Precisamos avançar mais ainda nas discussões para que tenhamos uma plena assistência aos celíacos”, ressaltou.
O congresso foi organizado pela Fenacelbra que, na ocasião, homenageou alguns convidados com uma placa de Cidadão Pró-Celíaco. A secretária executiva do CNS, Neide Rodrigues, foi uma das homenageadas pelo apoio à causa dos intolerantes ao glúten.
Saiba mais
A doença celíaca é uma intolerância permanente ao glúten e acomete indivíduos com predisposição genética. O glúten desencadeia e mantém danos sistêmicos por mecanismos autoimunes (produção de anticorpos que agridem o próprio organismo). Geralmente aparece na infância, nas crianças com idade entre 1 e 3 anos, mas pode surgir em qualquer idade, inclusive nas pessoas adultas.
Susanna Scarlet
Assessoria CNS