A preocupação do CNS é que aconteça o aumento exponencial de casos e de óbitos a partir do maior número de pessoas circulando nas ruas
O Conselho Nacional de Saúde (CNS) recomendou nesta sexta (4/09) que governos municipais, estaduais, distrital e federal só retomem aulas presenciais em seus territórios depois que a pandemia estiver epidemiologicamente controlada. Ou seja, com a taxa decrescente de incidência de mortes e de casos de Covid-19. O CNS recomendou também a implementação de ações de monitoramento contínuo e rápido para permitir intervenção em casos de novas ondas da Covid-19.
A preocupação do CNS é que aconteça o aumento exponencial de casos e de óbitos a partir do maior número de pessoas circulando. Para Fernando Pigatto, presidente do Conselho, é necessário fundamentar qualquer medida em evidências científicas robustas. “O Brasil teve o primeiro caso em 26 de fevereiro. Estamos hoje vendo governos municipais e estaduais incentivando a volta às aulas sem que haja segurança diante da pandemia”, disse, em reunião do Comitê de Acompanhamento à Covid-19, do CNS, que debateu o assunto dias antes junto a pesquisadores do tema.
A maior preocupação das autoridades sanitárias é o aumento do fluxo de pessoas nas ruas, transportes públicos e unidades de ensino, abrindo espaço para o agravamento da transmissão comunitária, que pode levar a Covid-19 para profissionais da Educação e familiares dos estudantes. A recomendação também pede a criação de um “plano nacional de retorno às aulas presenciais que envolva a participação dos entes das três esferas da gestão pública, de forma intersetorial (saúde, educação e assistência social) e de toda a sociedade”.
Outro ponto importante da recomendação é a necessidade de implementação de ações que possam dar condições de ensino remoto a professores e estudantes nesse período. Objetivo é que os governos desenvolvam políticas públicas que “podem representar uma oportunidade de superação das precariedades históricas do ensino no Brasil”. Orientações do documentam propõem um programa de inclusão digital, além de apoio financeiro, logístico e psicológico para estudantes e suas famílias.
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Foto: Novaescola
Ascom CNS