Legenda da foto: Ronald Santos e José Graziano da Silva, diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura
O presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Ronald Santos, participou nesta quinta-feira (04) da 2ª edição do Evento de Alto Nível da Iniciativa Nutrição para o Crescimento. Realizado no Rio de Janeiro, o encontro reuniu líderes de entidades mundiais para promover o compromisso político global pela nutrição, aumentando os recursos investidos e trazendo Governo e sociedade para trabalharem no progresso das metas e compromissos globais de nutrição.
Ronaldo dos Santos lembrou que o Brasil saiu do mapa da fome em 2014. Para ele, o país enfrenta o desafio de combater doenças crônicas não transmissíveis como obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares. “Essa situação é uma consequência de mudanças no sistema alimentar, incluindo alterações nos modos de produzir e de comer. Se nossa intenção de fato é enxergar e agir sobre os obstáculos a garantia de nossos direitos, precisamos lidar com a raiz do problema e transformar nossos sistemas alimentares, facilitando o acesso ao que nos faz bem e dificultando o acesso as coisas que nos fazem mal e que estão adoecendo a população”, afirmou.
Durante sua exposição, o presidente do CNS usou a expressão “comida de verdade” cinco vezes para lembrar que hoje é muito comum o consumo excessivo de produtos alimentícios ultraprocessados. Segundo ele, é preciso valorizar mais a cultura alimentar, a produção local, limpa e sustentável, a forma de comer e promove a comida de verdade. “O foco não pode e nem deve ser em reformulação de produtos ultraprocessados e sim em defender e manter nossa comida de verdade e tradições culturais alimentares. Simplesmente não podemos deixar meia dúzia de empresas transnacionais continuarem transformando nosso modo de comer”.
A diretora-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Margareth Chan, parabenizou o Brasil pela realização do evento juntamente com o Reino Unido. “Estamos em um momento político muito importante para a administração de questões como a erradicação da fome e a garantia de alimentação saudável, a partir da Década de Ação pela Nutrição de 2016 e 2025, e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que envolvem vários países”, disse Margareth Chan. Ela, ainda, parabenizou o Brasil pela recente saída do país do Mapa da Fome.
Ao final de sua exposição, Ronald informou que o CNS se prepara para realizar a 1ª Conferência Nacional de Vigilância em Saúde, já em meados de 2017. Além disso, lembrou ser esse dia 5 de agosto o Dia Nacional da Saúde. “Esta data caiu, providencialmente, no dia da abertura das Olimpíadas. Talvez devêssemos repensar os patrocinadores de eventos tão importantes”, disse. Um dos patrocinadores máster dos Jogos Olímpicos é justamente uma rede de fastfood americana.
Obesidade
– No Brasil, 33,5% das crianças de cinco a menores de nove anos apresentam excesso de peso, de acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares, POF 2008-2009. O mesmo percentual atinge os adolescentes brasileiros de 12 a 17 anos com sobrepeso (33,5%), sendo que 8,4% estão obesos, segundo o Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes, ERICA -2015.
Dados da Pesquisa Nacional de Saúde, 2013, apontam que 56,9% dos adultos com 20 anos ou mais estão com excesso de peso. O percentual é maior entre as mulheres, 59,8% e entre homens 57,3%. Quando avaliados dados de obesidade, 20,8% dos adultos estão obesos. Sendo 17,5% entre os homens e 25,2% nas mulheres brasileiras.
Desnutrição
De acordo com os dados da Pesquisa Nacional de Demografia – PNDS 2006, 7% das crianças menores de cincos apresentam desnutrição crônica (déficit de altura). Quando verificados dados de crianças de cinco a menores de nove anos 4,1% apresentam desnutrição aguda (POF 2008-2009) e 6,8% das crianças apresentam desnutrição crônica.
Assessoria CNS