Evento encerrará neste sábado (19/6), tem 2.700 inscritos de 13 nacionalidades e mais de 1.800 trabalhos recebidos em português, espanhol e inglês
Acadêmicos e pesquisadores em Saúde Pública do Brasil, Espanha, Itália, México e Portugal se reuniram, nesta sexta-feira (18/06), para a abertura do 1º Congresso Internacional Interdisciplinar sobre Políticas Públicas de Saúde (CINPSUS). O Conselho Nacional de Saúde (CNS) foi representado pela conselheira nacional de saúde Priscilla Viégas.
Com tema central “Em busca da cidadania plena através da universalidade da saúde”, o congresso é organizado pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) em conjunto com outras dez universidades brasileiras e estrangeiras.
A ideia é construir um espaço para reflexões conjuntas e discussões com conhecimentos técnicos e científicos a partir do compartilhamento de pesquisas, experiências e proposições de fortalecimento da justiça social, considerando as questões que permeiam os sistemas públicos de saúde dos países participantes.
“É absolutamente crítico trocar experiências, discutir ideias, partilharmos histórias de sucesso para que erros não se repitam. Sabemos que este é o caminho, pensarmos os nossos temas e as nossas políticas de saúde em conjunto”, afirma a presidente da Escola Superior de Saúde do Politécnico do Porto, Cristina Prudêncio.
“Falar de cidadania plena é falar do direito à Saúde de forma universal. O SUS é o nosso maior patrimônio, representa um projeto de sociedade que vê na equidade e na perspectiva do acesso integral e universal à Saúde, que todas as pessoas possam ser sujeitos de direitos”, afirma Priscilla Viégas. “O Brasil é um país de extrema desigualdades e não vamos permitir, de forma alguma, que vá para frente a tentativa de ruptura democrática que está em curso no nosso país”, completa.
A conselheira nacional de saúde destacou em sua fala a grave crise sanitária e humanitária que assola o país e enfatizou o Sistema Único de Saúde (SUS) como o maior patrimônio nacional, que vem sendo gravemente desfinanciado em especial no último período.
Para a presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Gulnar Azevedo, a realização do congresso neste momento é fundamental. “É muito importante que a gente possa multiplicar nosso conhecimento e debate em torno da questão da Saúde hoje no Brasil e América Latina. Falar para nossos companheiros o que pode ser feito para combatermos a mais grave crise sanitária que o mundo vem enfrentando” afirma Gulnar ao apresentar as ações realizadas pela Frente pela Vida no enfrentamento à pandemia.
Entre elas, o Plano Nacional de Enfrentamento à Pandemia da Covid-19, apresentado em dezembro de 2020 ao Ministério da Saúde, com setenta propostas elaboradas por diversas entidades científicas para combater o novo coronavírus.
O 1º CINPSUS se encerrará no sábado (19/06) e conta com 2.700 inscritos de 13 nacionalidades, com mais de 1.800 trabalhos recebidos em português, espanhol e inglês. Ele está dividido em cinco eixos temáticos: Política, Planejamento e Gestão em Saúde; Atividade Física, Condições de Saúde e Qualidade de Vida; Saberes e Práticas Agroecológicas em Saúde; Educação e Formação Profissional em Saúde; Aspectos Psicossociais e Políticas de Saúde Mental.
“Em diferentes encontros internacionais, temos constatado a necessidade de trazer as discussões sobre as semelhanças de combate à pandemia ao redor do mundo, uma análise inter multidisciplinar”, afirma a professora e pesquisadora da Universidad Autónoma del Estado de México Alejandra Rodriguez Torres.
“Nossa missão está muito alinhada com este congresso, que é contribuir para o desenvolvimento da Saúde nos países da América Latina e Caribe por meio da democratização do acesso, publicação e uso da informação, conhecimento e evidência científica”, afirma o diretor do Centro Latino Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme), Diego González.
Ascom CNS