O tema do mundo do trabalho e suas consequências na vida e na saúde das mulheres foi pauta do debate no plenário do Conselho Nacional de Saúde (CNS), nesta quinta-feira (16). As discussões fazem parte das ações do Conselho para a 2ª Conferência Nacional de Saúde das Mulheres (2ª CNSMu), prevista para ocorrer em agosto desse ano.
De acordo com Joana Mostafa, pesquisadora da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), é preciso aprofundar o debate sobre a divisão sexual do trabalho. “Os dados do PNAD/2001, revelam que 80% do mercado de trabalho tem a participação de homens, já as mulheres somam 55%, esse é o reflexo da diferença de gênero expressa no mercado formal de trabalho”, disse.
Para Mustafa, as diferenças de gênero também estão presentes na previdência social. “A reforma da previdência, proposta pelo governo federal, revela ainda mais as desigualdades entre os homens e as mulheres, com a reforma as mulheres terão cinco anos a mais comparado aos homens”, afirmou.
Madalena da Silva, da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e integrante da Comissão Organizadora da 2ª CNSMu, acredita que a Conferência deva ser um grande momento de articulação política e avanço social. “Mulheres e homens irão construir a política nacional de saúde e enfrentar problemas como a inserção das mulheres do campo e da cidade no mercado de trabalho. Não dá para pensar na saúde das mulheres sem antes discutirmos a divisão sexual do trabalho, não conseguiremos entender como acontece as desigualdades”, explicou.
Segundo a coordenadora da 2ª CNSMu, conselheira Carmen Lucia Luiz, a Proposta de Emenda à Constituição 287/2016, que propõe a reforma da previdência social, é a expressão do machismo constitucional. “O enfrentamento do machismo não é uma ação discursiva. É preciso realizar mudanças reais, internas e externas, individuais e coletivas”, afirmou.
O mundo do trabalho e suas consequências na vida e na saúde das mulheres será o Eixo Temático II da 2ª CNSMu. Enfrentar questões como as situações de violência de gênero, assédio sexual, assédio moral e discriminações relacionadas à raça/etnia, geração, credo, orientação sexual e identidade de gênero afetam a vida e a saúde das mulheres serão debatidas durante a Conferência, que tem por objetivo pensar os desafios atuais da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Mulheres
Mariana Moura
Assessoria CNS
Sou vice-presidente do Conselho Municipal de Saúde., de Palmas- Pr, e estou sempre atento as ações do Conselho Nacional de Saúde o que parabenizo pelas ações.
Sucesso todos que elaborou essa proposta para as mulheres brasileiras