A sífilis é uma doença transmitida pela bactéria treponema pallidum, principalmente por via sexual, mas também de forma congênita, de mãe para filho e durante a gravidez. As consequências dessa doença podem causar cegueira, demência e más formações em fetos. O Conselho Nacional de Saúde (CNS), preocupado com o avanço da doença no Brasil, debateu na manhã desta quinta-feira (09/10), durante a sua 299ª Reunião Ordinária, em Brasília, as principais causas e consequências da epidemia no país.
De acordo com o presidente do CNS, Ronald dos Santos, as pessoas que se envolvem com o processo do controle social, no âmbito da saúde, devem se comprometer no enfrentamento à doença. “A nossa participação deve ter a responsabilidade do processo de governança e definição das políticas de saúde. Devemos estar mais presentes estruturalmente no enfrentamento a sífilis”, disse.
Para Gerson Pereira, do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle de Infecções Sexualmente Transmissíveis, HIV/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, o fortalecimento da vigilância epidemiológica no combate à sífilis, principalmente a congênita, é uma das estratégias do órgão para o combate à doença.
“Os casos de sífilis no Brasil recebem a notificação compulsória, o aumento das taxas de incidência no país ocorre na região sul, especificamente no estado do Rio Grande do Sul, com uma taxa 93,7 pessoas infectadas por sífilis a cada 100 mil habitantes”, disse.
Dados e prevenção
Segundo o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde sobre a Sífilis de 2017, no ano passado, foram notificados 87.593 casos de sífilis adquirida, 37.436 casos de sífilis em gestantes e 20.474 casos de sífilis congênita – entre eles, 185 óbitos – no Brasil. O aumento dos casos de sífilis ocorre, de acordo com Gerson Pereira, principalmente em públicos específicos. São eles, jovens que acabam de se alistar no exército, gays, travestis e transexuais.
Transmitida pela via sexual, a sífilis pode ser prevenida por meio do uso do preservativo, que é distribuído gratuitamente pela rede pública de saúde. Em fevereiro de 2016, o Ministério da Saúde, por meio de uma portaria, agregou a sífilis na Lista Nacional de Notificação Compulsória na rede pública e privada em todo território nacional. Isso significa que toda ocorrência com relação à doença deve ser feita às autoridades sanitárias por profissionais de saúde ou qualquer cidadão, visando a adoção das medidas de controle pertinentes.
Conheça o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde sobre a Sífilis 2017
Ascom CNS