Automedicação pode ocasionar intoxicações ou óbitos, por isso a importância do uso racional de medicamentos
O Conselho Nacional de Saúde (CNS), por meio da Comissão Intersetorial de Ciência, Tecnologia e Assistência Farmacêutica (Cictaf) e da Comissão Intersetorial de Atenção à Saúde de Pessoas com Patologias (Ciaspp), reforça à população que o uso de medicamentos sem orientação médica pode ocasionar graves riscos à saúde. O alerta se dá, principalmente, devido à grande procura pelo medicamento Hidroxicloroquina e Cloroquina, após anúncio sobre estudos ainda iniciais indicarem que a substância pode surtir efeito no combate à Covid-19.
No dia 25 de março, o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde do Ministério da Saúde, Denizar Viana, afirmou em coletiva a imprensa que o medicamento Hidroxicloroquina teve sua produção ampliada e será distribuído às unidades hospitalares, para auxiliar no tratamento da Covid-19, em pacientes com quadro respiratório grave. O medicamento será administrado apenas sob supervisão médica, para pacientes hospitalizados, sob acompanhamento no prazo máximo de cinco dias.
Compras sem prescrição podem desabastecer farmácias
No Brasil, a venda de medicamentos em farmácias é feita de forma controlada somente para psicotrópicos e antibióticos, sendo que os demais medicamentos podem ser comprados livremente, sem a necessidade de prescrição médica. No entanto, a compra e o uso racional de medicamentos podem evitar que situações graves aconteçam como o desabastecimento para quem de fato necessita fazer uso da medicação.
“É importante destacar que a utilização da Cloroquina, para o tratamento da Covid, ainda está em estudo e o medicamento pode causar vários efeitos colaterais, inclusive óbitos”, alerta a coordenadora da Cictaf, Débora Melecchi, ao mencionar que o medicamento já causou um óbito na cidade de Phoenix, nos Estados Unidos, e deixou duas pessoas intoxicadas na cidade de Lagos, na Nigéria.
A grande busca por estes medicamentos nas farmácias brasileiras desabasteceu muitas regiões do país, colocando em risco o tratamento de pacientes infectados por malária e ou pessoas que vivem com doenças autoimunes, como lúpus e artrites, para o qual é indicado, conforme avaliam entidades que integram a Ciaspp. Após este fato, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) enquadrou as substâncias Hidroxicloroquina e Cloroquina como medicamentos de controle especial, para venda apenas sob prescrição médica.
CNS e MS pedem devolução de medicamentos às farmácias
O Ministério da Saúde e o CNS fazem o apelo para que as pessoas que, inadvertidamente, fizeram compra do medicamento façam a devolução em postos de Saúde, hospitais e farmácias. “Seu uso domiciliar, sem as pessoas terem sintomas de Covid-19, ou sem acompanhamento de profissional de Saúde em ambiente hospitalar por cinco dias, pode trazer sérios efeitos colaterais e até morte”, avalia o coordenador da Ciaspp, Moyses Toniolo.
As comissões do CNS orientam que as pessoas não façam uso de medicamento, de forma preventiva à infeção da Covid-19, e sigam as informações de sites oficiais como Ministério da Saúde, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e Organização Mundial da Saúde (OMS). Para conter a Covid-19, àquelas pessoas que não apresentam sintomas, recomenda-se, o isolamento social, sono adequado, hidratação, boa alimentação e reforço na higiene pessoal, lavando sempre bem as mãos com água e sabão.
Ascom CNS