A edição do mês de julho do Papo CNS , programa transmitido ao vivo pelos canais do Conselho Nacional de Saúde (CNS) pelo Youtube, Facebook e pelo Twitter, foi ao ar na tarde desta segunda-feira (26/07). O entrevistado foi o Gonzalo Vecina, fundador e ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que fez uma análise sobre as dificuldades de se combater a pandemia no Brasil.
“Temos de construir igualdade social. A desigualdade mata. Aliás, nesta pandemia, os pobres e negros morreram mais porque são mais desiguais. Não tem como uma pessoa que não tem emprego formal ter comida guardada em casa, porque não tem dinheiro. Quem não tem emprego formal, tem de sair para a rua todo o dia para encontrar comida. E o que acontece quando sai na rua todo o dia? Encontra o vírus”, disse o professor.
Conduzido pela jornalista Iara Lemos, o programa teve duração de uma hora e contou com a participação do público, que pode enviar perguntar ao professor. Gonzalo é um dos mais reconhecidos nomes do país quando o assunto é a defesa da vacinação.
“É uma honra estar no CNS e discutir esses assuntos tão importantes para a nossa sociedade e para o terrível momento que vivemos hoje com essa pandemia”, disse Vecina, que também é professor do mestrado profissional da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (Eaesp) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), logo no início do programa.
Apesar de a vacina ser a única solução para a redução dos casos da doença, ainda nesta segunda, sete capitais do país suspenderam a aplicação da primeira dose da imunização contra a Covid-19 pela falta de vacinas. Nestas cidades, a vacinação só deve ser retomada após o Ministério da Saúde enviar novas doses do imunizante.
“Alguém convenceu o presidente [da República] de que se todo mundo tiver a doença, a doença acaba. Só que para todo mundo ter a doença, milhões de pessoas vão morrer. Não dá para atingir a imunidade de rebanho a partir de casos da doença. Esse não vai ser o jeito pelo qual essa pandemia vai acabar. A alternativa é vacinar a população”, disse Vecina.
Desde que a pandemia teve início, o CNS, com a contribuição de especialistas, tem aprofundado a discussão sobre as estratégias de vacinação implementadas no país, considerando dados que sugerem mudanças epidemiológicas no perfil de casos graves e de óbitos decorrentes da doença, além de dados que apontam para obstáculos de acesso à vacinação para parcelas da população.
“A gente tem de entender que tomar a vacina não implica em não adoecer novamente. Uma parte das pessoas que tomou a vacina poderá ter a doença novamente. Mas é a menor parte. E a chance de ter a doença grave é muito pequena. Por isso é importante depois de vacinado continuar usando máscara e continuar em distanciamento social”, afirmou.
A próxima edição do Papo CNS vai ao ar no dia 30 de agosto. O tema do programa e o nome do (a) entrevistado (a) será anunciado pelas redes sociais do Conselho Nacional de Saúde.
Ascom CNS