Após três dias de debates, Pernambuco apresentou as doze propostas que irão integrar, junto com as dos demais estados, a Conferência Nacional de Saúde das Mulheres, que será realizada em Brasília, nos dias 17 a 20 de agosto. As propostas foram definidas durante a etapa estadual, realizada em Recife, nos dias 14, 15 e 16 de junho.
Para Josilene de Menezes, integrante da comissão organizadora estadual e representante da sociedade civil, a Conferência Estadual de Saúde das Mulheres de PE representou um momento de grande reflexão e debate sobre a política estadual de saúde das mulheres.
“Vivemos um momento muito delicado em nossa democracia. Espaços como este representam espaços de encontro com outros segmentos da sociedade, gestores, trabalhadores da saúde, para pautar as necessidades de atualização, implementação e inovação neste campo”, disse.
De acordo com Lidiane Gonzaga, da Secretaria de Saúde de PE, dialogar com os movimentos sociais é uma experiência única para o fortalecimento da política de saúde das mulheres.
“A Conferência Estadual trará, sem dúvidas, um norte para a política estadual de saúde das mulheres. É preciso que a população, representada por meio do Conselho Estadual de Saúde, possa acompanhar e fiscalizar a implementação dessas políticas. Levar adiante todo esse processo riquíssimo de discussão é fundamental para o aprimoramento da saúde no Estado”, afirma.
Conheça as propostas
Das propostas elaboradas pelos quatro grupos de discussão da Conferência Estadual, 12 foram priorizadas para a etapa nacional da 2ª CNSMu. Destacam-se a ampliação dos instrumentos legais que garantam o abortamento seguro e o acompanhamento psicossocial às mulheres vítimas de violência e exploração sexual, advinda pela especulação dos grandes empreendimentos.
Dentre as propostas está também a criação de um centro de referência em sofrimento mental desencadeado pelo trabalho. Para as participantes da Conferência, é preciso ampliar e fortalecer serviços de saúde como os Centros de Assistência Pissicossocial (CAPs), os Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) e a Atenção Básica, além de atividades voltadas à saúde mental das mulheres, decorrente dos agravos relacionados ao mundo do trabalho (formal e informal), especialmente aqueles ocasionados pelo assédio econômico, moral e sexual.
Outra proposta visa garantir a capacitação periódica sobre violência à população LBT para os profissionais que trabalham na rede de atenção à violência contra as mulheres, respeitando a política nacional da população LGBTT. Uma outra propõe a promoção da a igualdade de gênero dentro dos segmentos de composição dos espaços de controle social na construção de política de saúde das mulheres.
Por Mariana Moura
Assessoria CNS