O Conselho Nacional de Saúde (CNS) aprovou, nesta sexta (22/05), uma recomendação para o Ministério da Saúde, conselhos estaduais e municipais de Saúde e do Distrito Federal pela inclusão e divulgação de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (Pics) na assistência ao tratamento para combater a Covid-19.
O documento considera as evidências cientificas produzidas pela Rede de Medicinas Tradicionais, Complementares e Integrativas (MTCI) Américas, pelo Consórcio Acadêmico Brasileiro de Saúde Integrativa (Cabsin) e pelo Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme/Opas/OMS) sobre o uso das práticas neste momento de pandemia.
As Pics são reconhecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que orienta os países a adotarem as práticas nos seus sistemas nacionais de Saúde. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) começou a implementar a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em 2006 e, atualmente, conta com 29 práticas, entre elas medicina tradicional chinesa/acupuntura, homeopatia, plantas medicinais, fitoterapia, ayurveda, medicina antroposófica, termalismo, reiki, shantala, quiropraxia, meditação, yoga, terapia comunitária, ozonioterapia, entre outras.
“Neste momento, em que não há ainda medicação para a cura, vários profissionais estão utilizando as práticas integrativas como forma de complementar a assistência. Estamos conversando com diversas pessoas e sabemos de alguns registros com a melhora em alguns tratamentos, que estão sendo realizados em nível nacional”, afirma a conselheira nacional de saúde e coordenadora da Comissão Intersetorial de Promoção, Proteção, Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (CIPPSPICS) do CNS, Simone Leite.
Além da ampla divulgação das evidências científicas referentes às Pics na assistência do combate ao Covid, o documento do CNS recomenda a disponibilização e produção de materiais de comunicação para gestores, trabalhadores e usuários do SUS, com informações atualizadas sobre o uso adequado das práticas integrativas e complementares neste momento.
A recomendação ainda considera o documento Estratégias da OMS sobre Medicina Tradicional 2014-2023, que incentiva a regulamentação e a utilização das práticas tradicionais como tratamento complementar nos sistemas de Saúde.
Na segunda (25/05) os representantes da CIPPSPICS devem realizar uma reunião virtual com o coordenador da Comissão Nacional de Ética e Pesquisa (Conep) do CNS, Jorge Venâncio, sobre alguns estudos que envolvem as práticas integrativas e complementares e estão sendo avaliados pela Conep.
“Essa pandemia é muito triste. Queremos colaborar porque o momento é muito rico para reflexão, para pensar a Saúde de maneira mais integral, para as pessoas cuidarem de si e cuidarem dos outros. Cuidar da gente é cuidar do outro e cuidar do outro é cuidar do mundo”, completa Simone.
Contribuições das Medicinas Tradicionais, Complementares e Integrativas (MTCI) no contexto doCovid-19
Ascom CNS
Foto: ICTQ