Veneno nos campos e exploração de carvão mineral estão entre as maiores preocupações de gaúchos
O Rio Grande do Sul realizou 408 conferências municipais neste ano, com mais de 10 mil propostas debatidas, que foram sistematizadas em 206 para a discussão estadual. Entre elas, foram escolhidas 20 prioridades a serem levadas à 16ª Conferência Nacional de Saúde (8ª + 8), que vai ser realizada de 4 a 7 de agosto, em Brasília. Uma delas se refere aos agrotóxicos e outra se refere às atividades de mineração, que trazem agravos à saúde da população no estado.
O tema foi dividido em 14 demandas que tratam de questões como a reavaliação de registros de produtos, coibição da venda sem receituário e capacitação de profissionais para atendimento de urgências e emergências toxicológicas.
“O agrotóxico foi a questão mais discutida no Rio Grande do Sul”, relata Cláudio Augustin, presidente do Conselho Estadual de Saúde. “O assunto já havia aparecido em debates anteriores, mas nunca como neste ano. Até porque cada vez mais o estado se destaca entre os que mais usam veneno nas lavouras”.
Segundo o presidente, além da pauta de prioridades, a delegação gaúcha também apresentará importante moção na Conferência Nacional: “Vamos destacar a situação dos empreendimentos de mineração planejados para o estado”, enfatiza Cláudio Augustin.
Mineração deve causar danos à saúde e à natureza
O principal ponto a ser levado à instância nacional é o projeto Mina Guaíba, para a exploração de uma das maiores minas de carvão a céu aberto do Brasil. O projeto está previsto para ser executado nos arredores de Porto Alegre, em área de amortecimento do Parque Estadual Delta do Jacuí, berço de espécies nativas e grandioso manancial de águas. O plano abrange ainda territórios de indígenas e de agricultores familiares, produtores de alimentos orgânicos.
Ascom CNS