O Conselho Nacional de Saúde (CNS), ao lado do Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais, acompanhará de perto o desenrolar da “Operação Máscara da Sanidade II – Sabotadores da Saúde”. A afirmação é do presidente do CNS, Ronald Santos, que defende participação efetiva do controle social nos gastos com a saúde.
Nesta segunda-feira (18), policiais federais prenderam preventivamente o prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz (PSB), e a atual secretária de saúde do município, Ana Paula de Oliveira Nascimento. Foram expedidos ainda quatro mandados de busca e apreensão e dois de busca pessoal.
Os envolvidos teriam tentado sucatear a rede hospitalar municipal para favorecer unidades privadas. De acordo com a PF, em outubro de 2015 o prefeito deixou de realizar 26 mil consultas especializadas e 11 mil exames na rede pública. O favorecido pela operação seria a Hospital das Clínicas Mário Ribeiro da Silveira, que pertence ao prefeito e familiares.
Segundo Ronald Santos, os desmantelos na saúde comprometem a oferta de atendimentos variados à população. “Nós já estamos com o SUS [Sistema Único de Saúde] subfinanciado e precisando de recursos urgentes. A corrupção na saúde tem reflexo direto no cidadão, que fica sem atendimento, remédios, exames, vacinas e insumos hospitalares”, critica.
Impeachment
Ruy Muniz é marido da deputada federal Raquel Muniz (PSD-MG), que votou a favor do impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Ao preferir o voto, a parlamentar disse: “Meu voto é em homenagem às vítimas da BR-251. É para dizer que o Brasil tem jeito e o prefeito de Montes Claros mostra isso para todos nós com sua gestão”.
Para Ronald Santos, a prisão de Muniz, nesse momento, é emblemática e mostra a falta de compromisso de alguns políticos com a saúde pública e a democracia. “O prefeito de Montes Claros não tem respeito pelo povo daquela cidade e muito menos pelo SUS, despreza os votos que recebeu e por isso revela seu descompromisso com a democracia e com o SUS”, afirma.
Ederson Marques
Da Assessoria do CNS