Lutas e sonhos marcam 3ª Marcha em Defesa da Saúde, em Brasília
Dois mil quilômetros de ônibus até Brasília são muito pouco para quem luta por um futuro de democracia e justiça social no Brasil. Assim a agente comunitária de Saúde do Estado do Pará, Maria Eudes, disse que valeu a pena vir à capital federal para a 3ª Marcha em Defesa da Saúde, da Seguridade Social e da Democracia, realizada nesta quarta-feira (7/12) pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), em parceria com entidades representativas e movimentos sociais.
O ato manifestou o repúdio dos trabalhadores à PEC 55/2016, em tramitação no Senado e com previsão de congelar os gastos da União por 20 anos. Para a classe trabalhadora, essa proposta representa a violação dos direitos garantidos pela Constituição, entre eles o acesso às ações e serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), que pode ter seu funcionamento interrompido caso a PEC seja promulgada.
“Valeu muito a pena viajar dois dias de ônibus para perseguir um sonho, um objetivo. Queremos dizer aos parlamentares que eles devem votar contra todas as propostas nocivas ao povo brasileiro, como a PEC 55 e a reforma da Previdência”, afirmou a agente comunitária de saúde Maria Eudes, do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Pará (Sindsaúde-PA).
A lavradora Marina Mendes Rosa veio à Esplanada dos Ministérios, local da marcha, na caravana da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) do Espírito Santo. Moradora do município de Sooretama, ela chegou “para defender a agricultura, dizer não à PEC 55 e à reforma da Previdência, entre outras coisas que estão sendo feitas contra o povo brasileiro”.
A marcha contou também com a participação de estudantes de todo o país, contrários à PEC 55, à reforma do ensino médio e a todos outros retrocessos que têm sido patrocinados pelo atual governo. Um deles é o estudante de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRG) José Ricardo Bisatto, que veio para a marcha a convite de um amigo brasiliense. “Fiz questão de vir. Participo de qualquer manifestação contrária à violação dos nossos direitos. Por isso estou aqui. Para defender o SUS”, disse.
A marcha atraiu também a atenção de turistas e de participantes de outras manifestações, como, por exemplo, centenas de taxistas que vieram a Brasília acompanhar a tramitação, no Congresso Nacional, de projeto de lei de interesse da categoria. “Essa manifestação do Conselho Nacional de Saúde é um ato justo. Isso porque a saúde já conta com pouco dinheiro e essa PEC 55 foi criada para pagar juros da dívida pública. O povo vai acabar morrendo por falta de atendimento”, disse Raimundo Cruz, do Sindicato dos Taxistas de Sergipe.
Jorge Vasconcellos
Assessoria CNS
Deixe uma resposta
Want to join the discussion?Feel free to contribute!