Desafios da integralidade com equidade na saúde das mulheres

Reforçar o papel do controle social na busca por um SUS mais integral e equânime, principalmente para a saúde das mulheres, foi pauta do Seminário promovido pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) nesta terça-feira (08), na Câmara dos Deputados, em Brasília. Na ocasião foi apresentada a agenda da 2ª Conferência Nacional de Saúde das Mulheres, convocada pelo CNS, que será realizada em Brasília de 17 a 20 de agosto.
De acordo com a conselheira nacional de saúde, Carmen Lucia Luiz as relações sociais estão intrinsecamente ligadas as relações desiguais de gênero. “Um país que em cada cinco minutos, 11 mulheres são estupradas é comum, mas não pode ser normal. É impossível pensar na perspectiva de uma saúde integral e com equidade, sem trazer para o centro do debate a cultura do machismo e da violência contra a mulher, fato esse que responsabiliza o estado na garantia de um sistema público que saúde para as mulheres”, disse.
Carmen Lucia Luiz, destaca que a realização da 2ª Conferência Nacional de Saúde das Mulheres (2ª CNSMu) “é um espaço amplo de participação, cuja pauta central é a saúde das mulheres. O evento contará com homens e mulheres pela construção de uma saúde com mais inclusão e principalmente que preserve os princípios da Constituição Federal de 88”.
Para Maria de Fátima Veloso, representante de Central Única dos Trabalhadores, é preciso criar uma agenda positiva que cumpra da Lei Orgânica do SUS (8.080) em todas as suas dimensões. “Não podemos pensar o SUS sem o controle social e sua decentralidade, além do processo de educação permanente dos profissionais de saúde, que hoje está fortemente ameaçado pela reformulação da Política Nacional de Atenção Básica, proposta pelo Ministério da Saúde”, disse.
A pesquisadora da Fiocruz, Maria Cecília Minayo, reafirma o contexto da saúde pública com as mulheres. “Consigo observar alguns aspectos que relacionam as condições da saúde das mulheres, um deles é observar o quanto nós avançamos na questão da saúde e dos direitos humanos, que apesar das ameaças ainda é um estímulo para seguirmos lutando. Precisamos achar uma forma de ter pautas pró ativas, a saúde tem muitos déficits em sua gestão, podemos e devemos avançar mais. A sociedade brasileira tem que ter consciência do patamar do modelo de saúde pública que podemos acessar e não exigir menos que isso”, afirma.

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