CNS e associações de ensino contra cursos superiores de saúde à distância

Representantes de associações de profissionais da área de saúde estiveram reunidos em Brasília ontem (08/08) na Câmara dos Deputados, durante a Audiência Pública promovida pela Comissão de Educação “A expansão da Oferta de Cursos Superiores a Distância (EaD) na Área da Saúde”. O Conselho Nacional da Saúde (CNS) foi representado pela conselheira Francisca Rêgo, da Associação Brasileira de Ensino em Fisioterapia (Abenfisio).

O CNS é contra a prática da educação à distância para os cursos de graduação na área da saúde e vem atuando juntamente com as associações profissionais que também não concordam com as novas determinações do Ministério da Educação (MEC). Segundo Francisca Rêgo, essa ferramenta é fundamental, mas precisa ser melhor discutida. “Educação à distância é uma ferramenta importante, no entanto para a área da saúde não é adequada. Não se cria vínculo, não se cria afeto à distância”, disse a conselheira.

Dorisdaia Humerez, conselheira do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), acredita que o poder econômico não pode interferir na formação em saúde. “Nós temos que ter força para lutar. Não acreditamos que, à distância, teremos profissionais que prestam um serviço de qualidade, um serviço com competências mínimas que possa garantir a ausência de erros, por imperícia, por negligência ou por imprudência. Por isto necessitamos de ensino presencial”.

Para a deputada Federal Carmen Zanotto (PPS/SC) o profissional de saúde tem que ter boa técnica e bom conhecimento científico. “Não podemos abrir mão da relação médico-paciente, da relação profissional de enfermagem-paciente. Essa relação faz, efetivamente, a diferença. Precisamos da tecnologia sim, mas não basta isso sem um profissional bem qualificado. E a distância isso não é possível”, declarou a parlamentar.

A deputada federal Alice Portugal (PCdoB/BA) falou sobre a impossibilidade da atuação de profissionais de saúde que tenha recebido formação a distância. “É impossível algum profissional de saúde, em qualquer modalidade, ter condições de sair com uma formação minimamente aceitável, sem que ele tenha se avistado com um ser humano a sua frente”.

Próximos passos

Após o encerramento da Audiência Pública, os representantes das associações de profissionais da área de saúde reuniram-se nas instalações do CNS para discutir estratégias de enfrentamento à expansão da oferta de EaD.

A reunião contou com a presença do presidente do CNS, Ronald dos Santos, e representantes da Associação Brasileira de Enfermagem (Aben), da Associação Brasileira de Educação Farmacêutica (Abef), da Associação Brasileira de Ensino em Fisioterapia (Abenfisio), da Associação Brasileira de Ensino Odontológico (Abeno), da Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (Abep), da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS), da Associação Brasileira de Ensino da Educação Física para a Saúde (Abnefs), Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) dentre outras.

Ascom CNS