Com a presença de representantes das vítimas da tragédia na Boate Kiss, de Santa Maria (RS), os conselheiros nacionais de saúde aprovaram nesta quinta-feira (05/10), a recomendação ao Ministério da Saúde para renovar o pacto pela assistência e cuidado aos sobreviventes, firmado à época do desastre. A recomendação foi aprovada durante a 298ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Saúde (CNS), em Brasília.
A tragédia aconteceu em janeiro de 2013, deixando 242 vítimas fatais e 682 feridos. Na ocasião, foi firmado o termo de compromisso – entre o Ministério da Saúde, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) do Rio Grande do Sul, as secretarias municipais de saúde de Porto Alegre e Santa Maria e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) – para acolher as vítimas até fevereiro de 2018. A solicitação é de o pacto seja renovado por mais cinco anos.
Após a tragédia, voluntários, especialistas e profissionais de saúde, representantes da Cruz Vermelha, de conselhos e instituições de saúde criaram um centro de assistência e cuidados, envolvendo ações de vigilância em saúde, atenção básica, especializada e psicossocial.
O Centro Integrado de Atenção às Vítimas de Acidentes (Ciava), que funciona no Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), conta com equipe multiprofissional e prima pela abordagem multi e interdisciplinar, visando a atenção integral às vítimas diretas e indiretas do incêndio.
Até junho de 2017, o centro já realizou mais de 15 mil atendimentos de acolhimento, psiquiatria, pneumologia, neurologia, cirurgia reparadora, fisioterapia, cirurgia reparadora, entre outras especialidades, às vítimas de acidentes decorrentes da Boate Kiss e outros desastres. Atualmente, para a sua manutenção e expansão, é necessário ampliar o espaço físico e contratar profissionais exclusivos para os serviços. “Entendemos que o poder público pode sim dar conta e continuidade ao atendimento às vítimas de um desastre dessas proporções”, avalia a representante da UFSM Soely Guerra.
O Grupo Gestor do Cuidado às Vítimas, que formalizou a demanda ao CNS, visa promover a integração entre os serviços de saúde e elencar ações estratégicas que possibilitem o cuidado integral das vítimas. “Há famílias em que o pai perdeu dois filhos na tragédia e no mesmo ano a esposa entrou em depressão e morreu. Tentamos fazer o máximo para ajudar”, avisa o presidente da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes do Acidente da Boate Kis, Sérgio da Silva.
Assistência Farmacêutica
Os envolvidos nesta ação destacam a necessidade de incorporação de novos medicamentos na política estadual de assistência farmacêutica, em especial nas áreas de pneumologia e psiquiatria. “É inadmissível que a associação tenha de apelar à rede privada de farmácias para fornecer medicamento. A assistência farmacêutica faz parte do cuidado das pessoas, isso é responsabilidade pública e é o público que tem de se responsabilizar para fornecer esses medicamentos”, avalia a conselheira nacional e integrante do grupo de cuidados, Sueli Barrios.
Campanha
Para colaborar com o Memorial às Vítimas da Boate Kiss é possível efetuar depósito bancário na Caixa Econômica Federal, Ag. 0501, Op. 013, c/c 257451-4. Também é possível contribuir pelo link juntos.com.vc ou pelo www.facebook.com/campanhade arrecadaçãomemorialKiss.
Ascom CNS