O Sistema Único de Saúde (SUS) tem 317 unidades e centros de assistência habilitados no tratamento do câncer em todo o país, de acordo com levantamento elaborado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca). Os dados foram divulgados em decorrência do Dia Mundial de Combate ao Câncer, data que é lembrada nesta sexta (4/02).
O Brasil tem 5.568 municípios, o que equivale que cada centro atende, em média, pacientes de 17 cidades. O número é considerado extremamente abaixo do necessário, o que prejudica o acesso ao tratamento das doenças, segundo Ana Clébea Pinto de Medeiros, coordenadora da Comissão Intersetorial de Atenção à Saúde das Pessoas com Patologias (Ciaspp), do Conselho Nacional de Saúde (CNS).
Segundo Ana Clébea, o fato de os pacientes realizarem diagnóstico tardio e as dificuldades de acesso às unidades de tratamento dificultam a cura da doença. Estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2019 apontaram que o câncer já é a primeira ou segunda causa de morte antes dos 70 anos em 112 dos 183 países. Além disso, ocupa o terceiro ou quarto lugar em mais 23 países. Para Ana Clébea, o período pós-pandemia da Covid-19 deve agravar ainda mais o problema.
“Nós precisamos entender que os serviços que existem talvez não sejam suficientes porque nós não sabemos como vai se dar esse processo pós-pandemia. Esses pacientes que não foram diagnosticados ainda, que não iniciaram o tratamento, não sabemos como será. Há muito ainda a se fazer na parte oncológica. A população precisa chegar para o atendimento cedo e ter acesso ao tratamento”, afirmou.
De acordo com o Inca, a Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) ou Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) devem oferecer assistência especializada e integral ao paciente com câncer, atuando no diagnóstico, estadiamento e tratamento. Os 26 estados do país e o Distrito Federal têm pelo menos um hospital habilitado em oncologia, onde o paciente de câncer encontrará desde um exame até cirurgias mais complexas.
“O atendimento oncológico ainda é uma questão de atenção primária. É preciso se dar a importância de começar a educação na ponta, com prevenção e atenção aos fatores de risco. O diagnóstico ainda continua tardio e isso ainda precisa ser melhorado. Faltam exames para que o paciente, depois do diagnóstico, possa iniciar o tratamento e muitas vezes fica o gargalo neste processo. Dessa forma, quando o paciente vai iniciar de fato esse processo já está com o diagnóstico avançado”, lamenta a conselheira nacional de saúde.
Veja aqui os estabelecimentos de saúde habilitados e credenciado.
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Ascom CNS